No rumo certo
A época desportiva no que ao futebol diz respeito encaminha-se a passos largos para a recta final. A 26 de Maio tudo estará resolvido e todos esperamos que seja com mais uma grande alegria.
A equipa chega ao jogo de domingo com o V. Guimarães com 36V, 7E e 5D e um registo impressionante em termos de golos marcados. Mas chega também com o reconhecimento do melhor futebol praticado em Portugal durante a época, e em termos do clube desde há muito tempo.
Foram cinco as derrotas que o Sporting registou. Duas com o Atalanta que acabou de eliminar o Liverpool, uma com o Benfica na Luz nos segundos finais quando estava a jogar com menos um, uma com o Braga para a Taça da Liga num dia de muito pouca sorte, e outra exactamente com o próximo adversário, num jogo em que o Pinheiro inclinou o campo. Os jogos com a Atalanta foram aqueles em que a equipa abanou mais, mesmo tendo oportunidades para resultados diferentes, o que muito se deveu à superior envergadura física dos italianos.
Por tudo isto, treinador e jogadores merecem o maior respeito dos Sportinguistas. O desempenho desta equipa não tem comparação possível com as do passado mais próximo ou até mais afastado, e todos (mesmo os menos dotados) os jogadores têm sido importantes. Nem o treinador tem comparação possível com outros que o antecederam e ou ganharam e pouco ficaram, ou ficaram mais tempo e pouco ganharam.
Rúben Amorim recebeu um plantel desfeito pelas repercussões do assalto a Alcochete que soube reconstruir e potenciar, desportiva e financeiramente. Quando sair deixará o futebol do Sporting incomparavelmente mais forte do que o recebeu, e incluo aqui o talento espalhado pelas equipas B, sub23 e empréstimos.
O sucesso deste Sporting tem muito a ver com estabilidade e um balneário coeso liderado por um núcleo duro de homens como Coates, Neto e Adán que acomoda e suporta os jovens da formação e os craques contratados. Quando Slimani, por alguma razão, entendeu diferente não teve hipótese.
Será muito por aqui que o Sporting terá de continuar: estabilidade em termos de liderança, estabilidade em termos de plantel, lançamento de dois ou três jovens por época e contratações cirúrgicas de jogadores diferenciados, técnica e fisicamente.
Isso é tão mais importante quando sabemos que os últimos 50 anos do Sporting. Com João Rocha e os outros que lhe sucederam aconteceu tudo menos isso: rodízio de treinadores, plantéis ganhadores desfeitos, referências de balneário a sair pela porta dos fundos, "maçãs podres", "toupeiras" e "cromos da bola" no balneário, cheques e vassouras, autocarros de reforços, etc, etc, etc.
Quando olhamos para os dois rivais e para a sua desorientação actual, muito por culpa pela fraqueza por diferentes motivos das suas lideranças, sentimos que o Sporting tem no momento uma oportunidade de ouro para se destacar no futebol português, conquistando títulos e frequentando a Champions.
Para isso, o "Fica Amorim" é tremendamente importante, mesmo que não dependa dele a saída mas das propostas firmes que tiver, sabendo-se que algumas, a existirem, serão sempre irrecusáveis. E o Sporting nunca poderá ficar dependente dum treinador mas sim do rumo traçado, sempre enfrentando ondas e dificuldades e combatendo as almas penadas que por aí andam e que não suportam este Sporting que deixou de ser o deles.
Domingo, mais uma vez, Alvalade cheio para apoiar a equipa rumo à dobradinha. Depois, em todos os estádios onde formos jogar, também. Vamos conseguir!!!
SL