No rumo certo
É mais que evidente que estamos perante uma época desportiva tremendamente exigente do ponto de vista físico, ainda mais para as equipas recheadas de internacionais que disputam a Champions.
Os jogadores são os mais afectados, jogando no limiar do risco, sem o descanso necessário, em terrenos castigados pelo Inverno e sujeitos a lesões graves.
Por esta altura existe uma epidemia de lesões no futebol europeu. Vários responsáveis já se pronunciaram sobre a mesma, que o previsto Mundial de Clubes ainda irá agravar.
Só numa semana, nos dois grandes de Lisboa, aconteram três roturas de ligamentos do joelho e mais três ou quatro complicações musculares.
Mas por essa Europa fora o mesmo se passa. O Man.City caiu a pique na tabela depois de duas ou três lesões, o Man.United acabou de perder um jogador que muito estava a ajudar Rúben Amorim.
No Sporting, a tudo isso se juntou a mudança imprevista de equipa técnica, um sucessor que falhou na tarefa, e um terceiro treinador que anda a correr atrás do prejuízo. Não há tempo para treinar, não há forma de rodar jogadores sem pôr em causa as vitórias, uns falham aos jogos por lesão, outros jogam sem descanso.
Só mesmo um Augusto Inácio, de que desconheço qualquer qualificação académica relevante, para pôr em causa o desempenho da estrutura do Sporting, envolvendo o departamento médico, treinador, departamento de performance, insinuando que tudo tem a ver com incompetência ou pior do presidente. Isso aconteceu pouco antes da visita do Sporting ao Dragão, em que em caso de vitória tinha arrumado de vez com o clube e treinador esta época. E o Sporting só não ganhou porque o apitador João Pinheiro fez vista grossa a um penálti no último minuto contra o Porto, e o VAR Tiago Martins que viria a validar um golo do Porto em Faro com manifesta falta atacante.
Só falta agora que o Bruno de Carvalho, lá do Big Brother onde se encontra, venha discorrer sobre micro-roturas e fibroses, traumatismos e entorses, fascites plantares e unhas encravadas.
Rui Borges tem sido muito claro sobre o que se passa no Sporting. Um diálogo franco e aberto entre os diferentes responsáveis e os jogadores, uma gestão muito dia a dia na pressão dum calendário inclemente, nada se faz sem o acordo de todos.
Isso implica que qualquer desconforto dum jogador seja sinalizado imediatamente e que não aconteça o que aconteceu com St. Juste, que já lesionado teve um lance infeliz, o Sporting sofreu um golo e ele teve mesmo de sair a seguir.
Com Gyökeres é bem visivel esse trabalho conjunto. O sueco faz por administrar muito bem o esforço quando chamado, tentando o retorno à sua melhor forma.
Existe desde sempre com este presidente uma aposta clara e assumida em plantéis curtos que abram espaço aos jovens da formação, o que com Rúben Amorim e o seu modelo de jogo foi levado um pouco ao exagero.
Emprestaram-se jogadores que agora fazem falta, como Essugo, Koindredi e outros, até porque havia um histórico recente de lesões em jogadores como Pedro Gonçalves, Gyökeres, Daniel Bragança e St. Juste.
Amanhã vamos a Dortmund sem Gyökeres e Trincão por cansaço, sem Nuno Santos, Pedro Gonçalves, Morita, Catamo, Daniel Bragança e St. Juste por lesão, mas levamos jovens de talento que valem muitos milhões. E vamos com Biel que vai ter de demonstrar porque foi contratado.
Vamos para disputar a vitória. Se depois conseguimos ou não, logo se verá, e fazer calar aqueles que ainda não ultrapassaram a colossal derrota eleitoral que teve o seu candidato e insistem em martelar na mesma tecla, a da incompetência dum presidente ganhador no futebol e nas modalidades.
Convocados (sublinho aqueles que vi a cores e ao vivo anteontem na Tapadinha pela equipa B):
GR: Rui Silva, Franco Israel e Diego Callai;
Defesas: José Silva, Esgaio, Fresneda, Gonçalo Inácio, Eduardo Quaresma, Diomande, Debast, Matheus Reis e Maxi Araújo;
Médios: Hjulmand, João Simões, Eduardo Felicíssimo, Alexandre Brito e Manuel Mendonça;
Avançados: Biel, Afonso Moreira, Quenda, Lucas Anjos, Rafael Nel e Harder.
SL