Nem é preciso rebentar, basta abrir a porta
O Sporting procura domingo a primeira dobradinha em mais de vinte anos. Como campeão e melhor equipa nacional, estatisticamente e exibicionalmente, é favorito, o que não garante nada a não ser otimismo e ambição.
Os do Porto quererão despedir-se de Jorge Nuno e talvez de Sérgio da melhor forma e nós quereremos dar continuidade à festa. Eles têm um bom guarda-redes, um bom trinco, dois espalhas-brasas-brinca-na-areia e dois avançados goleadores meio adormecidos que esperemos que o sol do Jamor não acorde. Também têm tendência para ter os nervos fracos e ver gigantes em moinhos de vento (ou mesmo portas da Linha).
Nós temos um júnior na baliza, bem guardado por Coates e companhia; uma junção nipo-dinamarquesa no miolo e alas verdadeiramente diferenciados e sempre prontos a entregar presentes ao nosso uber-Jardel.
E ainda temos uma convocatória entalada na garganta, que se pode desprender à conta de golos bem gritados. Há uns quantos portugueses que, pela primeira vez, estão desgostosos por ir passar uns dias numa ilha paradisíaca em vez de aterrarem na Alemanha. Pela milésima vez poderão mostrar que mesmo ignorados, são melhores.
Esta época é verde. Resta saber o quão verde. Acredito que muitíssimo. Só é pena que o Jamor não estique.