Não há Plano B
Nunca imaginei que pudéssemos ser campeões há dois anos, mas também nunca imaginei que caíssemos numa daquelas épocas tão frequentes no passado. Supus que com RA, o nosso “teto para baixo” fosse o terceiro lugar mesmo a dormir e que eliminações na Taça por clubes da segunda ou terceira, jamé voltassem a acontecer.
Sobre a Champions, nunca achei nada, porque o SCP não é um clube Champions - nem será com este modelo de SAD. Ou vem um tailandês (marciano, polaco, cabo-verdiano, tanto faz) que empata meio bilião ou coisa parecida, ou seremos sempre o clube que por vezes vai, até faz umas flores, mas acaba depressa.
Quando as coisas correm bem, o auto convencimento é muito sedutor. Quando correm mal é que se vê a fibra. Nos últimos anos, o nosso líder dentro, fora, por cima, por baixo e em redor do campo tem sido RA, um casaco que ele vestiu porque gosta e onde se sente bem. É claro para mim que RA acha que no casaco só cabe uma pessoa, ele.
Vê-se agora que falta plano B, porque o espaço de liderança está todo o ocupado.
Pior do que a direção ou direção técnica, é não haver dentro de campo quem saiba mandar e meter sentido naquilo. Coates nunca foi um líder – é um jogador de grande envergadura e dedicação, mas não um daqueles que sigamos até à morte - talvez só Porro ou Nuno Santos se assemelhem ao que poderíamos ter. Paulinho não tem a confiança da bancada, da imprensa e sobretudo dele próprio, no meio campo não há ninguém. É ver como Pote, Trincão ou Edwards jogam sozinhos, porque os deixam (treinadores e colegas) ou como o novatíssismo Artur tem já essa inclinação.
Ontem, em Arouca ou com o Varzim, nunca se sentiu que pudéssemos dar a volta. Em Londres, com o Tottenham fomos salvos por um golo anulado caído do céu (a anulação); com o Casa Pia tivemos sorte durante sete ou oito minutos (até num penalti mais ou menos coiso sobre o Edwards).
Eu penso assim, que no momento estamos entregues ao sorteio da sorte. Infelizmente, pelo que vejo na expressão do nossos treinador, ele também.
Gostaria que a equipa técnica ficasse, pela competência, pela liderança e por um certa mística que RA começou a criar. Mais importante do que termos craques novos no Inverno, é termos o nosso líder de volta.