Não adianta iludir estes factos
Chega a ser exasperante, por vezes, vermos a nossa equipa jogar com tão baixa intensidade. Voltou a acontecer nesta jornada, frente ao Marítimo.
Mas é lícito concluir: o Sporting não "joga lento" por opção.
Joga assim porque está nos limites da exaustão física. E porque já soma 40 jogos disputados desde o início da temporada com um plantel muito mais curto do que os dos nossos principais rivais.
As coisas são o que são, não aquilo que gostaríamos que fossem.
Isto parece-me o essencial da questão.
Quando acompanhamos um campeonato, não devemos olhar só para aquilo que se vai desenrolando no relvado. Há que pensar também no contexto, no enquadramento, nas condições de equidade. Existirão de facto?
A verdade é que o campo este ano tem estado sempre mais inclinado contra nós.
E não me refiro a questões de arbitragem. Quem me lê sabe que não costumo justificar falhas nossas apontando o dedo, em piloto automático, aos homens do apito. Que são os mesmos que já arbitravam quando fomos campeões, quando vencemos a Supertaça, quando nos sagrámos campeões de Inverno em três das últimas quatro edições da Taça da Liga.
Falo de responsabilidades próprias.
Reafirmo aquilo que escrevi neste blogue várias vezes desde o início da época: entrámos em 2021/2022 desfalcados em duas posições fundamentais - defesa central à direita e ponta-de-lança.
Tiago Tomás não era esse avançado, Paulinho não cumpre alguns dos requisitos fundamentais para a posição.
Sem golos não há vitórias, sem vitórias não há pontos, sem pontos os títulos tornam-se mais difíceis em provas de continuidade.
Adenda, a propósito: Incrível (diria até inadmissível) falhanço de Paulinho, bem servido por Slimani em zona frontal, no Marítimo-Sporting. Foi aos 85'. Como sermos campeões se durante quase toda a época só tivemos Paulinho como hipotético "goleador"?