Nani
Jorge esgargala a gravata de nylon e empurra com a mini os tremoços goela abaixo. Toda a manhã de sexta a arquivar guias de remessa e o sacana do gerente a azucriná-lo: “Tu bê lá no sábado, ó Jorgi…” A tarde não correu melhor à mesa do café do Lordelo; o Xico Bisnaga e o Quim Garfos sem deslargarem um minuto: “Não nos fodas ó Sousa dum camandro.”
Sábado à noite no majestoso palco das Antas é que se vai ver. Ele que venha, o malandro do preto – mouro dum cabrão - armado em esperto, com a mania que isto é lá as inglaterras e que é só chegar e fintar à vontade do freguês; era o querias: jogar à bola? Tá bem tá – olhó artista... Vais já ver quem manda aqui – arrefinfo-lhe um cartão e é logo bolinha baixa. Fica sabendo que a ótóridade aqui sou eu. Respeitinho é muito bonito. Vai mas é para a tua terra ó 77!
Todos os fins-de-semana é mais ou menos assim.