Mourinho
Quem sabe, nunca esquece. José Mourinho, que muitos davam já como «acabado» e varrido para um rodapé do futebol, acaba de fazer história, uma vez mais. Levando a sua Roma a vencer a edição inaugural da Liga Conferência numa final disputada na Albânia contra o Feyernood. Com exibição superlativa de Rui Patrício: o guarda-redes formado em Alcochete salvou a equipa romana de dois golos certos, segurando o 1-0.
Foi a quinta final europeia disputada pelo técnico setubalense. E o seu quinto triunfo: na hora decisiva, continua sem falhar. Como tinha acontecido na Liga dos Campeões (FC Porto, 2004; Inter, 2010), Taça UEFA (FC Porto, 2003) e Liga Europa (Manchester United, 2017). É o primeiro treinador a vencer todas as provas desportivas organizadas pela UEFA.
Está visto: merece bem mais do que um rodapé. Cada vez que inscreve outro título no seu currículo (soma já 26, em Portugal, Inglaterra, Itália e Espanha) lembro-me sempre que podia ter sido treinador do Sporting. Chegou a sê-lo, aliás, em tarde repleta de gritos e ameaças, num daqueles desvarios colectivos que volta e meia atingem Alvalade como um relâmpago. Contratado e descontratado no mesmo dia.
A concorrência, lá em cima, agradeceu.