Memo
Para: futuro Presidente do Sporting Clube de Portugal
Assunto: SportingTV
1) A paisagem televisiva portuguesa padece de singularidades atávicas que com o tempo a tornaram excêntrica em relação às boas práticas europeias.
2) a) Que a produção de informação predomine como matriz e alicerce da operação televisiva;
b) Que esse eixo, em torno do qual o resto da programação é agregada e secundarizada, seja visto como um factor de qualificação, o que se tem demonstrado como um logro funesto;
c) Que este modelo seja repisado com casmurrice e cegueira, por mera conformidade aos critérios vigentes, e sem sombra de inquietação em face da reiterada pobreza dos seus resultados;
Eis o que, em linhas breves e gerais, tem reduzido os canais televisivos nacionais a um panorama amorfo, repetitivo, estafado e entediante.
3) A SportingTV, neste contexto é apenas mais um canal, sem distinção, nem surpresa, nem brilho.
4) Para ser melhor, mais atraente e capaz de cumprir o seu desígnio, a SportingTV tem que se estabelecer noutros princípios. Ou seja, não lhe bastam alterações cosméticas a uma grelha de programação fundada em critérios desajustados.
5) Nesse sentido a SportingTV só será eficaz se assumir o seu papel como:
a) Uma ferramenta comercial e de marketing que exponencie a marca “Sporting”;
b) Um instrumento activo para o parqueamento de direitos televisivos (na verdade a alma do negócio) e uma alavanca determinante na negociação desses direitos;
c) Um veículo para trazer o universo de sócios e simpatizantes do Sporting para dentro do Sporting e, ao mesmo tempo, levar o Sporting até junto dos seus adeptos.
d) Um meio para a criação de património audiovisual da memória do Sporting.
6) Parece óbvio que deste modelo se deduzirão formatos audiovisuais diferentes do actuais, sem sobressalto orçamental.
7) Não menos importante será a questão da distribuição da SportingTV, a qual só pode ser ponderada a partir das condições contratuais em vigor.
À consideração superior,
Saudações leoninas