Marco Silva
Em cinco anos e três meses de consulado Carvalho, que englobou quatro treinadores, foi ele o único a conseguir um título digno desse nome. A Taça de Portugal 2015. Recebeu como paga dessa conquista o despedimento imediato, com a cumplicidade e o aplauso de figuras que então gravitavam em torno do desvairado presidente e se apressaram a virar a casaca assim que o vento soprou em sentido contrário, tipo "antifascistas de 26 de Abril".
Para o lugar dele chegou alguém a embolsar dez vezes mais sem conseguir vencer nada de relevante. Mesmo assim, Marco Silva manteve a classe: ninguém o viu envolvido em sessões públicas de lavagem de roupa suja - especialidade de quem o despediu em Alvalade. Hoje no Reino Unido, como treinador do Everton, acaba de ser notícia em todo o mundo com a goleada que aplicou ao poderoso Manchester United. E segue em sétimo na classificação da Premier League: a sua equipa é a primeira após os Seis Grandes (Liverpool, City, Tottenham, Arsenal, Chelsea e United).
«There may have been some doubts expressed about Silva's position not so long ago, but this blistering run of home form - and a style which will win full favour from Everton's fans - surely means he will be given time to build, as he should», escreve a BBC, entre elogios à «devastadora forma» apresentada pelos toffees em campo.
Marco Silva merece estes elogios. E merece também uma palavra de apreço dos sócios e adeptos do Sporting que não são ingratos, conservam boa memória e jamais se deixam iludir com bravatas verbais destinadas a disfarçar a ausência de troféus.