Mão dura contra as claques
O alegado assassino de um jovem de 19 anos detido pela polícia grega: crime chocou o país
Na Grécia, tal como em Portugal, existem sérios problemas com as claques - autênticas escolas de delinquência, em certos casos.
A diferença é que lá existe um Governo que não receia tomar decisões sempre que está em causa o futebol. Nem têm alguém equivalente ao secretário de Estado do Desporto português, especialista em assobiar para o ar.
Ontem o Executivo helénico decretou a proibição temporária de todas as claques ligadas a emblemas desportivos - que vai vigorar pelo menos até 31 de Julho. Medida que se insere no combate aos actos de violência a pretexto do futebol.
O ministro adjunto com o pelouro do Desporto especificou que as claques também ficam proibidas de distribuir bilhetes individuais para espectáculos desportivos, aos quais só poderão aceder os detentores de títulos válidos para a época em curso.
O Governo prepara novas regras de licenciamento para estes grupos organizados de adeptos, prevendo-se que o registo dos membros de todas as claques seja revisto antes de cada ano desportivo, sujeitando-se ao cancelamento quando se comprovar a existência de membros acusados de provocar actos violentos.
Deverão registar-se também alterações ao código penal, aumentando de seis meses para cinco anos de detenção as penas mínimas ligadas à violência tribal a pretexto do desporto, além da proibição total de assistir a espectáculos desportivos de cara tapada.
Esta decisão surge na sequência do homicídio em plena via pública de um jovem de 19 anos, adepto do Aris, esfaqueado a sangue-frio por membros de uma claque ligada ao clube rival PAOK em Salónica, segunda maior cidade do país. Este crime provocou ondas de choque em toda a Grécia.
E por cá? Devemos seguir o mesmo caminho? Teremos de esperar por novos assassínios para finalmente haver eficazes medidas de prevenção contra estes delinquentes que se infiltram no futebol para darem largas aos seus instintos criminosos?