Manu militari?
Sou irmão de militar, sobrinho de militar, neto e sobrinho-neto de militares (ironizava o meu pai que as reuniões familiares em casa do seu sogro pareciam a Grécia, então sob o "regime dos coronéis"), bisneto e sobrinho-bisneto de militares (um ou outro daquela "geração de centuriões" que terminou XIX nas campanhas de África). Meus irmãos, cunhado, primos fizeram a guerra colonial. Mais tarde, em momentos bem mais calmos, coube-me em "sortes" o azar de ser incorporado nesses tempos de ainda serviço militar obrigatório - ainda que tantos passassem logo à reserva territorial. SMO esse do qual passei, no momento exacto em que, espólio cumprido, cruzei pela ultima vez a porta d'armas, a ser grande defensor. Até porque crente nas suas virtudes pedagógicas sobre a maioria destas moles de pré-homens que se congregam em turbas ditas claques. E que nisso também demonstraria a fragilidade da têmpera de alguns desses agora heróis de bancada e de arruaça.
Todo este historial para frisar que não carrego lastro de anti-militares. Mas, e muito honestamente, já me enjoa tanto recurso ao imaginário militar, seja pela oposição seja pelo poder. O Sporting é um clube desportivo, uma associação da sociedade civil, e os seus valores e mecanismos de adesão são, e devem ser, civilistas.
Quem não percebe isso está a borregar. E quem fala como se no quartel (ou na guerra) está com o passo trocado. E, neste caso, ter garbo é ter tino. Civil.