Mais uma oportunidade perdida
Um clube sem grandes hábitos de vitória, como é infelizmente o Sporting no futebol nas últimas décadas, não pode deixar de aproveitar as falhas dos seus rivais e os momentos em que estão menos bem.
Neste século, esta época foi a terceira em que isto aconteceu, depois das de 2001 e 2005. Esses foram os campeonatos mais mal perdidos pelo Sporting de que eu me lembro. Em ambos ficámos incrivelmente em terceiro, com os nossos principais rivais enfraquecidos. Com um pouco mais de paciência, estabilidade e bom planeamento, foram dois títulos que não deveriam ter fugido ao Sporting. E o mesmo se pode dizer nesta época. O FC Porto foi um justo campeão, mas foi o campeão mais fraco dos últimos anos. A campanha europeia não engana. Poucos discordarão que aquela equipa de 2018 que Bruno de Carvalho tanto destratou levando os jogadores a rescindir teria sido tranquilamente campeã este ano. Mesmo se, naturalmente, entretanto alguns jogadores tivessem saído, desde que se tivesse mantido a equipa técnica e o núcleo duro. Convém os sportinguistas terem isto presente. Agora a realidade não foi essa, e não podemos fingir que nada sucedeu. Os acontecimentos do verão de 2018 fragilizaram muito a equipa e o clube. Talvez fosse irrealista exigir um Sporting tão competitivo como aquele de 2018. Mesmo assim, estes foram o Benfica e o FC Porto mais fracos (simultaneamente) da década. Seria exigível que o Sporting estivesse, pelo menos, ao nível destes clubes. Ter tido um Sporting tão longe daqueles dois clubes este ano é inaceitável e só revela incompetência.