Mais um dia no escritório
Era assim que os gunners pensavam que iria correr o jogo de ontem. De tal forma que o treinador dos gajos até fez uma pequena gestão do plantel, deixando de fora dois ou três dos habituais titulares.
A coisa correu-lhes mal desde o início do jogo e nos primeiros 15 minutos apenas cheiraram a bola, tal o domínio dos nossos rapazes.
A partir daí conseguiram equilibrar até ao intervalo, tendo aproveitado um (co)lapso de Esgaio, mais um, para marcar um golo que nada fizeram por merecer. Logo ali me ocorreu que a coisa se resolveria nos penaltis, vá-se lá saber porquê. Também me poderia ter ocorrido os números do Euromilhões, mas saiu-me por assim dizer a terminação, o que dado o resultado, não deixou de ser uma premonição de luxo.
A segunda parte foi uma lição de como jogar bem à bola contra um adversário que já tinha acordado e já se tinha apercebido que pela frente tinha um conjunto coeso, disciplinado tacticamente e muito motivado.
Depois o meu homónimo decidiu criar um conflito com o colega Nuno Santos e roubou-lhe a possibilidade de vencer o prémio Puskas, assinando um quadro a óleo sobre tela, com assinatura reconhecida, digno de figurar no Tate Britain. Um golaço de meio-campo mesmo na gaveta, o golo de uma vida.
A segunda parte foi toda do Sporting, que não resolveu o jogo por manifesta falta de jeito de Edwards e também de competência do redes contrário, que lhe roubou o golo com uma (pega) defesa de cara(s).
No prolongamento a coisa pendeu mais para o lado dos ingleses, mas na baliza esteve um Adán enorme que defendeu tudo e quando ela, a bola, lhe passou ao lado, contou com a prestimosa ajuda de um puto que há pouco mais de um mês estava a jogar aqui ao lado em Mafra, na segunda liga e que foi um esteio no centro da defesa.
Nos penaltis, sem os habituais marcadores em campo, os cinco que foram chamados, Ste Juste, Esgaio (que não se deixou influenciar pelo lapso do golo do Arsenal e acabou fazendo um belo jogo), Inácio, Arthur e Nuno Santos, foram irrepreensíveis e Adán redimiu-se de algumas exibições menos conseguidas e deu-lhe para agarrar o quarto remate dos ingleses.
Se há coisas perfeitas, ontem a exibição do Sporting chegou lá, numa noite de sonho.
Os destaques individuais vão para Pedro Gonçalves e Adán, o primeiro pelo golo marcado e o segundo pela exibição conseguida. Todos os restantes estiveram a grande nível. Raios, que assim dá gosto ver o Sporting jogar à bola.