Mais expressões novas para o vocabulário de futebolês
Penalti tecnológico!
Claro que a criatividade envolve o Sporting, quem mais poderia ser, designadamente o lance que envolveu Paulinho e o guarda redes do Paços de Ferreira, no recente jogo em Alvalade e que culminou na marcação de grande penalidade. Uns artistas da TV e dos jornais e ainda a newsletter de um certo clube (não há pior dor que a dor de...aquela tal...), apesar de toda a evidência das imagens, do levantar da bandeirinha do fiscal de linha, da chamada de atenção do VAR e da revisão da decisão pelo árbitro, enveredaram pelo caminho da desvalorização da vitória leonina e de tentar enlamear o que foi limpinho, criando o "penalti tecnológico": penalti, pelo toque no pé direito do Paulinho que lhe provocou a queda. No dia seguinte jornais houve que, na capa, titularam o que nas páginas interiores não era sustentado pelas opiniões de profissionais da arbitragem que neles avaliam as decisões arbitrais. Ainda hoje, no Record, o antigo árbitro espanhol Iturralde Gonzalez reforçava as opiniões dos seus colegas, na coluna Tira-Teimas, e que passo a citar: "Neste...lance não há muito a dizer. O Paulinho dribla o guarda redes que, com a perna esquerda, contacta e derruba o avançado do Sporting, cometendo penalti. Falta bem assinalada e cartão amarelo bem exibido...". Que chatice para as virgens ofendidas e viúvas do velho sistema!
O VAR veio mudar muita coisa no futebol (estou convencido que só com o VAR o Sporting foi campeão e está na luta este ano), mas ainda tem um caminho a percorrer no sentido de ainda maior verdade desportiva. Pelo menos e para já, acabaram muitas das vergonhas que assistiamos nos campos pois agora alguns rapazes pensam duas vezes antes de saltarem o muro para ir à fruta ou de se sentarem à mesa para refeições grátis. Dá mais nas vistas a inclinação dos relvados... Mas como dizia, ainda há caminho, muito para percorrer (e os jogadores também têm de ajudar, quanto a disciplina e simulações, não são nadadores nem mimos). Veja-se o escândalo dos cartões amarelos ao nosso jogador Palhinha. Pelo menos 3 mal exibidos, dos 5 que o excluem do próximo jogo. A "field of play doctrine" não pode continuar a ser a vaca sagrada das leis do futebol, caso contrário transforma-se antes em reiterada doutrina de injustiça autoritária ou numa "reveange doctrine" como no caso Palhinha. Ainda que não se atualize as normas de intervenção corretora do VAR quanto a injustiças cometidas por um árbitro em campo (revertendo cartões amarelos manifestamente mal exibidos ou pontapés de canto mal assinalados e que podem resultar em golos, por exemplo), não há razão para que os diálogos entre os diversos intervenientes das equipas de arbritragem não sejam públicos. E que a justiça dos órgãos jurisdicionais competentes se demita de julgar e aplicar as leis de acordo com os factos subjacentes à realidade, preferindo continuar à sombra da bananeira da "field of play doctrine". Por uma questão de justiça e de verdade desportiva.
(fotografia Jornal Record)
PS- Para complementar e até porque foi referido num comentário a questão dos especialistas não serem unânimes, aqui ficam os recortes dos principais opinadores especialistas:



