Llorando Dolores
Não há nada mais humano que o choro. O momento mais feliz, mais gratificante, mais impactante (já cá faltava uma palavra da moda) da minha vida foi ver o meu bebé nascer e ouvi-lo chorar. Chorou ele e chorei eu.
Já chorei com o Sporting, também, de tristeza e de alegria.
Não sei a razão das lágrimas de Cristiano Ronaldo (provavelmente nem ele) o Record diz que Ronaldo chorou ao ver Dolores no écran do estádio, penso que as dores (dolores em castelhano) seriam outras, julgo que não será difícil perceber quais.
Estamos no dia 27 de Junho de 2012, os ponteiros já quase apontam as dez e meia da noite, vão bater-se penalties na Dunbass Arena, em Donetsk, cerca de 28 000 pessoas no estádio e milhões pela televisão, preparam-se para ver quem seguirá em frente.
O "bates bem", bateu mal, Bruno Alves bateu na trave, Cristiano Ronaldo não bateu, nem bem nem mal e abandonámos a Ucrânia.
Parece que temos Cristiano Ronaldo de volta. A atitude do capitão ao pegar na bola e bater o primeiro penalty mostrou-nos que não se deixou abater pelo falhanço anterior e que as lágrimas não eram de desespero.
Teria sido muito mais fácil para Cristiano deixar que fosse Bruno Fernandes a bater o primeiro penalty mas os grandes campeões forjam-se nas dificuldades, remam contra as marés.
Critico Cristiano quando penso que o devo fazer (a questão do arremesso da braçadeira de capitão, por exemplo) mas elogio quando é para elogiar.
A atitude de Cristiano Ronaldo de querer ser ele a marcar o primeiro penalty não foi valorizada, nem elogiada, assim fica aqui registada.
Obrigado, Cristiano, vamos precisar de ti na sexta-feira.