Levantar a cabeça
Esta frase, de treinador ou jogador de equipa pequena, foi proferida por Ruben Amorim várias vezes na entrevista rápida, logo após o jogo de ontem, em que sofremos uma derrota clara perante o Benfica.
Irrita-me esta frase, mais ainda proferida por alguém do Sporting.
Ela pressupõe uma humilhação (baixar a cabeça) e pelo menos ontem nem os jogadores do Sporting, sequer o treinador, foram humilhados. O que de simples aconteceu foi que os jogadores foram incompetentes e o treinador abordou mal o jogo.
Pelo esquema táctico apresentado pelas equipas, quem chegasse ontem de Marte poderia entender que quem precisava de ganhar o jogo era o Sporting e quem defendia uma posição de vantagem era o Benfica. Mas não! Ao Sporting bastava fazer o que o Benfica fez (que aliás fez no jogo da primeira volta na Luz), aguardar pelo adversário e desferir-lhe os golpes que veio, ironia das ironias, a sofrer.
Eu não sei se ainda alguém acreditava na renovação do título, mas sejamos realistas, não seria mais importante manter a distância para o terceiro (um empate bastaria) do que manter a distância para o primeiro, que apesar de tudo (saltos para a piscina e outras manobras aquáticas) está a jogar muito bem e dificilmente não será(ia) campeão?
Eu não quero arrasar os nossos jogadores, nem o treinador, mas quando eles comprometem não lhes posso "passar a mão p'lo pelo" e ontem uns e outro não estiveram bem e sinceramente o cheiro a cebola frita chegou a pairar no ar e não vinha das roullottes.
Uma equipa que, quando não tem um jogador fixo na área, se farta de fazer cruzamentos e quando ele lá está deixa pura e simplesmente de os fazer, só pode ter duas leituras, que me perdoem: Ou estavam distraídos, ou foi propositado. Haja quem responda.
Sem querer ser derrotista e ansiando imenso por uma reviravolta na eliminatária na próxima Quinta-feira, temo que desta vez sim, haja que levantar a cabeça. Se me faço entender...