Lembrando um debate de ideias no blogue
25 textos aqui publicados no Verão de 2018
Em Agosto e Setembro de 2018, durante a mais disputada e concorrida campanha eleitoral de sempre no Sporting, dedicámos quase um mês ao debate de ideias no És a Nossa Fé com a publicação de 25 textos de leitores, todos sócios do Clube.
Na nossa parte a abertura foi tanta, devo confessar, que apenas conheço pessoalmente um destes signatários. A escolha para publicação deveu-se em exclusivo ao mérito do que escreveram.
Seis anos depois, vale a pena recordar aqui esses textos que contribuíram para a elevação da campanha e para tornar ainda mais influente o nosso blogue no universo leonino:
A ver passar os campeonatos. De João Gil.
«O Sporting não existe para formar homenzinhos. A Academia existe para formar jogadores e para os rentabilizar. Acontece que a Academia do Sporting o que tem feito é formar jogadores para os adversários se aproveitarem deles na plenitude deixando o Sporting a arder e a ver passar os campeonatos.»
Recuperar a alma leonina. De Luís Barros.
«Como se pode passar a tão famosa "mística" sem haver um ídolo ou um farol que incentive e crie a ilusão em futuros e jovens craques? Não se pode. Por isso, o Sporting vive com a "mística" da formação e da "criação" de dois craques planetários que o foram mas com as camisolas de outros clubes. Isto tem de mudar: o futuro Presidente terá de tomar isso em conta.»
Mecanismos de consulta aos sócios. De Sol Carvalho.
«Deixo já daqui o repto para que no futuro se adopte com mais frequência mecanismos de consultas que não têm necessariamente de ser Assembleias Gerais. Consultas propriamente ditas, referendos e outros mecanismos podem ser estabelecidos, de uma forma simples e directa (inquéritos, por exemplo), ou usando tecnologias modernas (informatização de consultas que podem atingir os sócios em todo o mundo).»
Aposta inequívoca na formação. De Luís Cunha Miranda.
«Não só maltratamos e cobramos mais aos jogadores saídos da Academia como não exigimos às direcções que, para comprarem o que se compra, mais vale termos profissionais a custo quase zero vindos de Alcochete. Permitimos esta suspeição de negociatas que não beneficiam o clube com a rotação de dezenas de jogadores de qualidade duvidosa.»
Cartilha para a formação da Academia do Sporting. De António Cruz.
«Todos os jovens atletas a ingressarem no clube deverão invariavelmente ter uma integração adequada à sua idade e gradual à medida que progridem de escalão como se fosse um plano de estudo com vista à aquisição dos saberes sportinguistas.»
Clube deve ser reconstruído por todos. De Ricardo Andrade.
«É costume dizer-se que "a história é feita pelos vencedores". Mas, independentemente do futuro próximo do clube do nosso coração, devemos ter atenção para não incorrer neste erro. O processo de cura do nosso clube não pode ser feito com divisões ou exílios. Tem que haver uma força unificadora entre os sportinguistas.»
As modalidades, o seu "prejuízo" e o "jornalixo". De Francisco Manuel Figueiredo.
«Desde que me lembro (e vão lá mais de cinco décadas), o Sporting é o clube das modalidades: do futebol como do ciclismo, do andebol como do ténis de mesa, da natação como do voleibol, do futsal como do bilhar… do Joaquim Agostinho, do Carlos Lopes, do Bessone, do Damas, (...) tantas e tantos que ostentaram e ostentam o mesmo emblema que Peyroteo e Francisco Stromp, Luís Figo e Cristiano Ronaldo.»
Do Marketing 1.0 para o Marketing 4.0. De Martim Bustorff.
«Caso eu tivesse a oportunidade de implementar uma medida, a primeira coisa que fazia era investir numa app única do Sporting para aproximar o clube dos sócios, com incorporação de novas formas de pagamento de bilhetes/Loja Verde (MBWay,etc.); informação com resultados em directo das várias modalidades; informação actualizada sobre os jogos nomeadamente trânsito, tempo esperado para entrada no Estádio, etc.»
Elogios despropositados a Bruno de Carvalho. De Eduardo Gradiz.
«Quando BdC entrou no Sporting teve logo à cabeça aquilo de que mais nenhum outro presidente do clube usufruiu: 18 milhões do Rojo mais 12 milhões do Bruma. Arrancou com 30 milhões: nunca nenhum presidente leonino dispôs desta tesouraria. De todos os exercícios de Bruno de Carvalho, ao longo dos últimos cinco anos, apenas um foi positivo, em cerca de 30 milhões de euros.»
Sem rótulos nem preconceitos. De Luís Ferreira.
«Em quem votará Bettencourt? Em quem votará Dias da Cunha? Em quem votará Roquette? E em quem votará Santana Lopes? E em quem votará Sousa Cintra? Destes ex-presidentes importa alguma coisa porque são sócios de plenos direitos. (Soares Franco, sabemos que vota em Ricciardi).»
Gestão desportiva fracassada. De Jorge Santos.
«Deixem lá de uma vez por todas de elogiar uma "brilhante" gestão desportiva que, na verdade, provou ao longo de cinco anos ser um verdadeiro fiasco. As maiores vendas que realizou, excepção feita a Slimani, foram as dos jogadores da formação e não jogadores contratados que tenham sido valorizados nos seus mandatos.»
Poder mandar e saber mandar. De Luís Morais.
«Quem trabalha na academia faz o seu trabalho e continuamos a formar e fornecer jogadores de altíssima qualidade. O problema acontece quando chegam aos seniores. Mas aqui já não é um problema da formação: passa a ser da estrutura profissional da SAD - e também dos adeptos. Sim, dos adeptos, que não perdoam a mínima falha a um jogador da casa.»
Voto por gestão desportiva ou voto por gestão financeira? De David Gorjão.
«A nossa margem de erro é mínima. Não devemos errar, pelo que devemos escolher um Presidente que nos lidere à glória, que viva e respire futebol, mas que saiba construir uma equipa capaz de gerir esta tão grande instituição, que é o Sporting Clube de Portugal, a nossa grande paixão.»
É hora de ser Sporting novamente. De Filipe Costa e Silva.
«Vamos apostar na criação clara e definitiva de um organograma de gestão para o futebol do Sporting, que permitirá ao futebol profissional e de formação reduzir significativamente toda e qualquer falha, agilizando todo o futebol.»
Por um corte com o passado. De Gonçalo Tomaz.
«Não quero Velhos do Restelo, truculentos engravatados ou viajantes espaciais. É altura de olhar com seriedade para quem de facto se preocupa com o nosso Sporting. Muito embora o ecletismo seja o nosso estandarte, tudo se resume ao futebol. Ganhámos tudo nas amadoras, estamos saciados? Não, não chega: queremos o futebol!»
Entre a razão e a emoção. De Manuel da Costa Cabral.
«Ao próximo Presidente e à sua equipa será exigida uma gestão profissional do Clube, nas mais diferentes áreas, desde logo na desportiva, mas também na vertente financeira, na comunicacional, nas áreas do marketing e comerciais, na gestão patrimonial. Uma gestão que tire o melhor partido do Digital, ou mesmo do Virtual (...), e aumente também a receita por essa via.»
Reconciliar, reformar, reconquistar. De Leonardo Ralha.
«A construção do plantel principal não mais poderá ser feita em cima do joelho ou a comando dos interesses deste ou daquele agente FIFA. Claro que nem todas as contratações resultam, e isto é válido para qualquer clube do mundo, mas no Sporting o scouting anda muito atrás dos rivais, capazes de potenciar jovens estrangeiros enquanto em Alvalade se tenta tapar os Doumbia com a excepção Slimani.»
A importância do lirismo. De Nelson Nogueira.
«Se as candidaturas à presidência do Sporting funcionarem apenas em prol de alguns bolsos, em interesse próprio, jogando com palavras ambíguas enquanto se afirmam em defesa do nosso clube, então serei um opositor em primeira linha. Pelo contrário, se existir alguém que o faça com um certo lirismo, pondo o Sporting acima de tudo, então estarei na primeira linha de defesa desse mesmo projecto.»
Seis sugestões. De Eugénia Martins.
«Gostaria que fossem revistas as situações dos sócios com quotas de reformados que perderam o direito ao voto pela antiguidade que tinham. Há sócios com 50 anos de filiação só com três votos porque há dez ou vinte anos passaram a usufruir de reformas abaixo do ordenado mínimo nacional.»
Aprender a viver uns com os outros. De Margarida Caldeira.
«Dá-me confiança ver toda uma nova geração de leões a quererem liderar o Clube, principalmente quando essa nova geração defende princípios de ética e de rigor. São os princípios do Sporting - e estes nunca mudam. Temos, finalmente, de aprender a viver uns com os outros. Com ideias diferentes, escolhas diferentes, mas garantindo o nosso ADN e querendo todos o mesmo: a glória do nosso Sporting.»
Não há voto útil nestas eleições. De Pedro Guerreiro Cavaco.
«Aplauso para todas as candidaturas que pretendem que a formação do clube volte a ser o que foi vários anos atrás, sem o desinvestimento verificado recentemente. E, por outro lado, aplauso para todos quantos pretendem que as modalidades se mantenham na senda vencedora e com o investimento necessário mas racional.»
O futuro do Sporting. De Augusto Faustino.
[O Sporting] precisa do tal Presidente com cultura e ADN do Sporting, com conhecimento profundo do Clube, mas com a coragem e a resiliência de ser capaz de, com coerência, frontalidade e isenção, enfrentar as duras batalhas internas, mas sobretudo externas, que o futuro nos reservará decerto.»
Conselho Consultivo Leonino. De Luís Francisco.
«Considero uma enorme mais valia, a todos os níveis, que o universo sportinguista possa pronunciar-se através de opiniões e sugestões, mesmo sem carácter vinculativo e que este mesmo universo possa ser representado num órgão consultivo do presidente e da sua direcção mas nunca num órgão electivo e sempre com elevado sentido de confidencialidade.»
Marketing como fonte geradora de receita. De André Granado.
«A própria dinamização do site do Sporting com conteúdos atractivos, jogos (tipo liga fantasy) pode incrementar substancialmente o tráfego orgânico do site e incrementar também as receitas, uma vez que podemos ter uma plataforma de publicidade para outras marcas que queiram publicitar os seus produtos, estabelecendo novas formas de receitas e de parcerias comerciais.»
Eleições justas: proposta de novo modelo. De Carlos Correia.
«Uma segunda volta traz problemas logísticos, de custos e de mobilização, dado necessitarmos no mínimo de marcar eleições em dois fins de semana consecutivos. (...) Os resultados podem não ser justos. O problema neste tipo de democracia é que, ao votarmos numa lista, estamos a tratar da mesma forma as listas em que não votamos. E não é tudo igual!»