Lançar os miúdos às feras
Texto de Luís Barros
Tenho-me mantido confinado nos últimos tempos, até nos comentários sobre o Nosso Clube, mas hoje senti necessidade de fugir a essa regra, até porque a paciência tem limites.
Sou defensor da aposta da formação, mas numa aposta consistente e não aquilo que neste momento se está a fazer no Sporting, que, mantendo este caminho, em vez de criar as condições para o despontar de algumas promessas, se poderá transformar numa trituradora de sonhos e talento.
O clube está órfão de uma direcção forte. A equipa encontra-se igualmente órfã de um líder. Lançar os miúdos às feras sem um “farol” é abrir caminho para se perder a oportunidade de acumularem saber e experiência com jogadores já feitos. E não, não é só nos jogos que se ganha experiência, mas sim no trabalho diário, que deve ser repetido e treinado vezes sem conta. O último que repetia e trabalhava diariamente saiu em Janeiro e notou-se a diferença, tanto no Sporting como no seu actual clube.
Hoje [21 de Julho] contei uma mão-cheia de cantos e livres desperdiçados. Não consigo aceitar que, depois de algumas semanas de trabalho, não exista um mínimo de evolução nesta área, que cada vez se mostra mais importante no definir de resultados, como se viu no jogo com o Porto.
Temo, realmente, que venhamos desperdiçar estes jovens. Infelizmente, e como se têm lido diariamente nos pasquins, parece que o “carrossel” montado em Alvalade que já nos delapidou alguns valores e nos trouxe um aprendiz de treinador, se prepara para vender estes promissores jovens para enchermos de desperdícios e entulho. Como é bom ter os pasquins na mão...
Texto do leitor Luís Barros, publicado originalmente aqui.