Juventude Leonina
« (…) “Alvalade sempre teve ambientes apaixonados, mas isto era outra coisa», diz Carlos Xavier (…). “A Juventude Leonina era na altura uma claque com grande influência brasileira (nr). Havia muitos batuques, um ritmo de samba. Estávamos lá em baixo a ouvir aquilo e queríamos comer o adversário. Até entravamos arrepiados.”
“Tínhamos a melhor claque da Europa, acrescenta o extremo-esquerdo Mário Jorge. “Tive momentos na minha carreira em que estava no relvado e olhava embasbacado para as bancadas a dizer para mim próprio: ‘Isto é inimaginável!’ Allison explorou esse calor do público com grande imaginação. Anos mais tarde, numa eliminatória com o Feyenord, a Juventude Leonina utilizou pela primeira vez raios laser. Os jogadores holandeses no relvado viravam-se para nós e diziam: ‘Isto nem num concerto do Bruce Springsten.’”
(nr) – Herança da escola de samba Vapores do Rego, que influenciara o modo como o público interagia com o futebol em meados da década de 1970, incutindo ritmo brasileiro ao apoio. Na sua tese de doutoramento, José Maurício Conrado Moreira da Silva [p. 308] conta que o grupo de apoio era informalmente constituído por alunos brasileiros das universidades portuguesas (…).» (*)
É a recriação deste ambiente que os sócios e adeptos pretendem da Juventude Leonina e das outras claques. Somente isso. «A Juventude Leonina tem sete mil pessoas, é muito poder. Nas assembleias-gerais ameaçam as pessoas e fizeram isso com o Acuña e a sua mulher. Há pessoas que têm medo da JuveLeo", admite o antigo médio dos leões (…).», diz Fraguito, nossa antiga glória.
Isto, não. Isto não é apoio... e isso não queremos!
(*) In.: ROSA, Gonçalo Pereira - Big Mal & Companhia : a histórica época de 1981-1982, em que o Sporting de Malcolm Allison conquistou a Taça e o Campeonato. 1ª ed. Lisboa : Planeta, 2018. pp. 16,17