Jumentude em coro com os mascarados
Um senhor que tem gerido de forma muito controversa o V. Setúbal decidiu recandidatar-se à presidência deste clube - anúncio tornado público na véspera do jogo que ali fizemos neste sábado. A eleição, que decorre daqui a quatro dias, tornou-se imperativa na sequência de sucessivas demissões que deixaram a direcção sem o quórum necessário ao seu funcionamento. O referido indivíduo - tendo perdido a confiança de vice-presidentes, tesoureiro e directores - decidiu servir-se do Sporting como instrumento da sua propaganda eleitoral, armando uma telenovela a propósito de um alegado surto gripal no plantel sadino e exigindo que acedêssemos a adiar o desafio do Bonfim, há muito agendado.
Nem o facto de Frederico Varandas ter um percurso profissional ligado àquela agremiação - onde prestou funções durante quatro temporadas, duas das quais como director clínico - impediu o sujeito de tentar transformar o Sporting em arma de arremesso nesta contenda eleitoral em que enfrenta quatro adversários.
Varandas esteve irrepreensível neste caso. Mesmo com a agenda leonina preenchida para as seis semanas mais próximas, período durante o qual teria forçosamente de realizar-se o V. Setúbal-Sporting, o presidente admitiu num primeiro momento aceder à pretensão sadina, mas impôs uma condição mais que razoável: a situação clínica dos jogadores deveria ser avaliada por uma junta médica integrando especialistas dos dois clubes e da Liga.
O seu homólogo do VFC recusou de imediato, inviabilizando qualquer acordo. Mas fez pior: à Liga nunca chegou qualquer documentação do Setúbal relativa ao quadro clínico dos jogadores. O que só avoluma suspeitas sobre a historieta do surto viral, que estará a ser muito mal contada.
Durante todo o jogo, o ainda presidente "anfitrião" - Valente só de apelido - acirrou os ânimos dos associados contra a delegação leonina, alvo das mais grosseiras agressões verbais e de inaceitáveis ameaças de agressão física no Bonfim. E ele próprio foi pródigo em insultos, numa desesperada tentativa de capitalizar a oportunidade para caçar uns votos.
Chegou ao ponto de forçar os apanha-bolas a colocarem-se junto ao relvado de máscara protectora colada à boca, aliás à semelhança do que fez muita gente na bancada central. Uma verdadeira palhaçada.
Não tenhamos ilusões: jamais lhe passaria pelo bestunto proceder desta forma se a equipa visitante fosse o FC Porto, clube com o qual o VFC já teve ligação muito estreita, ou o Benfica, a mais recente paixão dos dirigentes sadinos.
Perante um cenário destes, e com os nossos jogadores a serem também xingados e vaiados todo o tempo por adeptos setubalenses, o que fizeram os elementos da Jumentude Leonina que ali se encontravam? Juntaram-se ao coro hostil, desatando aos gritinhos histéricos contra o presidente do Sporting.
Atitude vergonhosa, para não variar. Um comportamento que só contribui para afastar em definitivo a massa adepta leonina desta pandilha sempre pronta a alinhar com os inimigos do nosso clube. Cada vez mais letal ao Sporting.