Jogo jogado
Fascinante o poderio do futebol da premier league (não é sinónimo de futebol inglês).
Um futebol “positivo”, de táticas fluídas, desde que seja sempre com os olhos na baliza. Acredito que por teima e exigência do público e da própria cultura desportiva e de espetáculo do país. Impressionante a disponibilidade física e a ditadura do “jogo de equipa” a que os craques se submetem. Ficou bem visível que dez jogadores do Barça, enjoados com a velocidade dos de Liverpool, estavam à espera que Messi tirasse um coelho da cartola.
Destaque para a ausência de jogadores portugueses nas finais. E dos nossos treinadores.
Na Champions, que acompanhei mais de perto, foram jogos sem momentos mortos, simulações de lesões, controle do meio campo, manobras de diversão ou teatros, com faltas e livres a serem marcados depressa e com poucas ou nenhumas reclamações das decisões da arbitragem.
Falando por mim, tendo a gostar de treinadores e jogadores mais estratégicos e menos dados a correrias, mas devo admitir que há anos que não me empolgava tanto com bola como nesta “jornada europeia”.
Indo ao nosso Sporting e ao futebol português, não parece assim tão impossível aspirar a um futebol deste tipo. Jogos intensos, sem claques arruaceiras, com equipas olhos nos olhos, sem tipos a refilar com o árbitro, misturados com jovens da formação em quem tem de se apostar e a quem se pagam milhões, somados a aquisições de refugo, pequenas agendas, adversários de amigos, tipos que deviam ser atores em vez e jogadores e árbitros com medo de serem competentes.
Deixo uma palavra para Silas, que foi vítima da extrema incompetência de vários dos seus jogadores ao mesmo tempo naquela segunda parte. E deixo uma palavra, porque me parece que ele é um homem deste futebol de jogo jogado que tanto nos impressionou nesta jornada europeia. E, claro, uma palavra mais forte ao Sporting que (além desse fenómeno que é Bruno Fernandes) também me parece estar a mecanizar um espírito práfrentex que me agrada.