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És a nossa Fé!

João Rocha dez anos depois

Faz agora dez anos, a direcção leonina decidiu atribuir o nome do antigo presidente João Rocha ao pavilhão, então ainda por edificar.

Em jeito de balanço desta década, vale a pena perguntar se esta decisão tomada pela administração de Godinho Lopes foi a mais correcta. Por mim, não hesito na resposta. Haveria vários outros bons nomes alternativos?

52 comentários

Luís Barros 11.07.2022

Nós os Sportinguistas, orgulhamo-nos de muitos daqueles que elevaram o nome do Clube. João Rocha foi um deles. É completamente justo a atribuição do nome do pavilhão em sua homenagem, visto ter contribuiudo em muito para as modalidades de pavilhão nos anos 70 e 80.
Ao contrário de outros, não damos o nome dos nossos espaços mais emblemáticos a animais imaginários ou a bancos financiados pelo estado. Por isso somos diferentes. Por isso somos Sporting.
Leão 79 11.07.2022

Completamente de acordo foi o meu primeiro presidente desde que me lembro de apoiar o Sporting
E foi o meu favorito até hoje.👍
Pedro Correia 11.07.2022

Também foi o meu primeiro presidente, reparo agora.
Pedro Correia 11.07.2022

Muito bem, caro Luís Barros. Merece destaque.

Francisco Gonçalves 11.07.2022

João Rocha foi mais do que um presidente. João Rocha foi o presidente. O artigo definido assenta que nem uma luva ao homem que durante mais anos presidiu à Instituição Sporting Clube de Portugal.

Tinha uma incontrolável tendência para o pioneirismo. Existem vários registos históricos da forma como o presidente Rocha inovou, no âmbito das suas competências, enquanto responsável máximo pela Instituição. O projeto empresarial “Sociedade de Construções e Planeamento”, aprovado, em sede de Assembleia Geral, pelos sócios leoninos, foi um dos mais mediáticos.

Em termos de conquistas de titulos nacionais e internacionais, João Rocha ficou, historicamente, ligado a uma das fases mais brilhantes do clube.

Quem não se lembra do título de campeão europeu de hóquei em patins? Quem não se lembra dos títulos de Carlos Lopes, de Marcos Chagas, de Armando Marques, de Rita Vilas Boas?

Nesse tempo, o Sporting Clube de Portugal conquistava títulos, em futebol, com maior frequência e João Rocha ficou, eternamente, ligado, a três campeonatos, três Taças de Portugal e uma Supertaça.

Foi o Sporting Clube de Portugal de João Rocha que viu nascer a primeira claque do país. Uma claque verdadeira, cujo único objetivo era apoiar o clube, principalmente nas modalidades de pavilhão: a Juventude Leonina! A pura, a original!

João Rocha desbravou latitudes que, antes, nenhum clube português conhecera e soube encontrar caminhos que levaram a uma inovadora publicidade do clube: nunca antes o presidente de um clube português tinha sido recebido pelo presidente dos Estados Unidos.

João Rocha presidiu ao seu Sporting Clube de Portugal, durante 13 anos, e fê-lo com uma visão muito adiantada, em relação ao seu tempo.

O facto de o pavilhão do Sporting Clube de Portugal ter sido batizado com o nome do grande presidente é uma medida de absoluta justiça e suscita a possibilidade de os mais novos irem ler - nem que seja por pura curiosidade – a história dessa personalidade ímpar que soube levar o nome do clube, aos quatro cantos do mundo, sempre animado pelo seu sportinguismo incontestável e que soube transmitir à sua prole.

João Rocha é o nosso eterno presidente.
Pedro Correia 11.07.2022

De facto, faz toda a diferença - nisto como em tanta coisa - usar-se um artigo definido ou indefinido.

Rui Silva 11.07.2022

Apesar de ter nascido nos últimos anos da presidência de João Rocha, reconheço a sua grande importância para a afirmação do Sporting como a grande potência desportiva nacional. Durante o seu mandato tivemos anos de ouro no atletismo, ciclismo, hóquei, basquete e tantas outras modalidades.
Justíssima homenagem em atribuir o seu nome ao pavilhão.

Por falar em modalidades, e uma vez que estamos de férias do futebol profissional, permita-me partilhar uma história interessante que envolve um atleta que julgo ter sido contratado por João Rocha.
Há alguns anos estive a fazer um pós graduação em Boston e fui a um barzinho com música ao vivo e que tinha as paredes cheias de camisolas de equipas de basquetebol. Para minha surpresa havia, não uma, mas logo duas do Sporting, o que obviamente me deixou curioso e intrigado.
Perguntei a um dos empregados o porquê, e disse-me para falar com o dono, um individuo altíssimo, que na altura estava a tocar com banda residente.
Quando acabou a sua actuação, explicou-me que ele e o irmão tinham jogado profissionalmente vários anos no Sporting durante a década de 1970, e tinham belíssimas recordações do Clube.
Depois de Portugal, tirou um doutoramento e estudou música. Tornou-se professor universitário, músico e produtor discográfico.

O seu nome, é Mark Jones e o irmão, que não tive oportunidade de conhecer, Kit Jones.
É um orgulho ser Sportinguista !
Pedro Correia 11.07.2022

Merece destaque, meu caro.
António Rosado 11.07.2022

Vi jogar Kit Jones pelo SCP muitas vezes. Se não estou enganado o seu primeiro clube em Portugal foi o Ginásio Figueirense. Quanto a João Rocha, para além dos sucessos desportivos em várias modalidades, gostava de realçar as várias infraestruturas desportivas que deixou ao SCP, nos anos da sua presidência o velhinho Alvalade, era uma autêntica fábrica desportiva, vom inúmeros ginásios.
Pedro Oliveira 11.07.2022

Há um artigo na wikiSporting sobre Cristopher Mark Jones (Kit Jones) segundo o artigo o irmão de Kit Jones, também, basquetebolista, chamava-se Jim Jones.
Apenas uma achega para a interessante história que aqui contou, caro Rui Silva.
Rui Silva 11.07.2022

Caro Pedro Oliveira, muito obrigado pela dica. Na altura consultei os motores de busca habituais, mas não consegui encontrar nenhuma informação sobre a passagem dos dois irmãos pelo Sporting.
R. Castanheira 11.07.2022

Vi os irmãos Jones jogar muitas vezes. Eram jogadores com uma pedalada muito diferente dos restantes pois tinham a escola do basket universitário americano, que nessa altura já era avançadissimo em relação ao que se praticava na Europa.
O Kit Jones chegou a ser treinador jogador, tal como Ferreira da Silva, outro bom basketbolista que anos mais tarde viria a ser presidente do Conselho Fiscal.
Obrigado por me fazem recordar belos momentos da história do nosso Sporting.
R. Castanheira
Luis Lisboa 11.07.2022

Se calhar o Ernesto Ferreira da Silva terá sido treinador do "Kit" Jones, muito dado à musica, e este o terá convencido a trazer o irmão, dizia ele melhor que ele, que não se mostrou do mesmo calibre.
Se calhar seria o mesmo do Travante dizer que tinha um irmão melhor do que ele algures...
SL
Anónimo 11.07.2022

Caro Pedro Correia, não sei se lhe é possivel fazer uma pequena alteração ao meu comentário.
Onde se lê:
"O seu nome, é Mark Jones e o irmão, que não tive oportunidade de conhecer, Kit Jones"
Devia ler-se:
O seu nome, é Mark Kit Jones e o irmão, que não tive oportunidade de conhecer, Jim Jones.

Rui Silva
Pedro Correia 11.07.2022

Muito bem, meu caro. Assim farei.
8 12.07.2022

Desculpe a correção mas o nome certo do Kit Jones é Christopher Mark Jones. Ainda hoje toca e quem acompanha o Facebook ainda o pode encontrar e, por vezes, vê-lo atuar em direto.
Pedro Correia 12.07.2022

Fica o reparo. Se Rui Silva quiser, farei alteração no destaque que o seu comentário mereceu.

Anónimo 11.07.2022

As lagostas de João Rocha

"Num Verão em que acompanhei o Sporting na sua habitual digressão aos Estados Unidos, a minha relação com João Rocha estava em baixa. Cumprimentávamo-nos, mas não nos demorávamos à conversa como noutras alturas.

Ora, em todas as digressões de clubes portugueses e da Selecção Nacional, era bom hábito e costume os jornalistas serem convidados para um almoço ou jantar de convívio com os dirigentes. João Rocha cumpria sempre esse ritual e convidou-me, a mim e aos outros jornalistas, para um jantar especial em Nova Iorque. Seria um jantar, só, de lagosta.

Achei o convite exibicionista e despropositado. Além do mais, poderia parecer que aceitava resolver o problema que nos distanciava pelo preço de um jantar de lagosta. Recusei, mas tive o cuidado de ter a gentileza de explicar que o fazia, apenas, por razões profissionais. A redacção, em Lisboa, esperava o meu trabalho e tinha de ficar no quarto do hotel a escrever.

João Rocha pareceu compreender a justificação. Era sabido que os jornalistas d’A Bola, então ainda um trissemanário, escreviam quilómetros de prosa em reportagem, especialmente quando eram enviados especiais ao estrangeiro. Foi aliás essa cultura jornalística uma das grandes responsáveis pelo crescimento e sucesso do jornal.

Fui, de facto, para o meu quarto e fiquei a escrever durante longas horas. Já estaria perto das dez horas da noite quando me bateram à porta. Fui abrir. Era um empregado do hotel, por sinal, português. Trazia um carrinho com uma enorme bandeja tapada e uma garrafa de vinho branco mergulhada num frappé com gelo.

«Com os cumprimentos do senhor João Rocha», disse-me o empregado, antes de sair.

Destapei a bandeja e não pude deixar de largar uma gargalhada. Não uma, mas duas lagostas de deliciosa aparência e um bilhete:

«Meu caro Vítor,

Espero que aceite este meu pequeno gesto, como homenagem à nossa amizade».

No final, a assinatura:

«João Rocha»

Na sua luta constante por um Sporting líder no futebol português, teve de suportar e de enfrentar, não raras vezes, uma surpreendente aliança entre o FC Porto e o Benfica. Era um combate desigual, que João Rocha travou sempre com enorme coragem.

Com ele, o Sporting conheceu um trajecto difícil, sim, mas consistente e coerente. Tornou maior um clube que já era grande e deu-lhe a necessária identidade para poder marcar diferenças. Em tempos de penúria, investiu dinheiro próprio. Quase sempre a fundo perdido. Sem outra recompensa que não fosse a consolidação da sua indiscutida presidência, que duraria treze anos.

Como sempre acontece, depois de uma liderança forte e muito personalizada, o seu afastamento causaria danos ao Sporting, como se de um forte abalo sísmico se tratasse, e cujas réplicas se vieram a sentir ainda por muitos anos. Acho que ainda hoje, apesar de enfraquecidas, se vão sentindo...»

In.: SERPA, Vítor - Há vida nas estrelas. 1ª ed. Lisboa : Federação Portuguesa de Futebol, 2019. pp. 79-83
- link do comentário
- responder

Anónimo 11.07.2022

O João Rocha também foi o meu primeiro presidente e, por comparação com os que o sucederam, foi sem duvida o melhor. Sem querer desmanchar a unanimidade dos comentários, que apontam o João Rocha para o presidente perfeito, gostava de recordar que o João Rocha, a nível de contratações, deixava-se antecipar, amiúde, pelo seu homólogo benfiquista. O Benfica pensava mais cedo o futebol e ia buscar primeiro os jogadores que mais se destacavam. O Sporting deixava sempre as coisas para a última. Não era raro ver o João Rocha, a semanas do campeonato começar, fazer um raide ao Brasil para buscar 2 ou 3 brasileiros. A pesca por cá era pobre, porque na altura em que era feita o peixe graúdo estava já todo apanhado pelo Benfica. A excepção foi o Manuel Fernades que, para mim, foi o expoente máximo de uma contratacāo em Portugal feita pelo João Rocha (a do Jordão foi em Espanha). Ainda me lembro que o João Rocha foi buscar o Salvador ao Boavista (um grande extremo esquerdo, lembram-se? ), mas como estava em fim de ciclo veio para o Sporting jogar a defesa esquerdo. Deu pena. Isto são memórias de alguém que era muito jovem na altura, que só ligava aos títulos do futebol, que só queria que o Sporting ganhasse ao Benfica, e que por isso se irritava por ver o seu clube a ser constantemente ultrapassado pelo rival. Muito tempo depois, e por comparação com os presidentes que vieram a seguir, reconheço merecidas todas as honras que possam ser feitas ao João Rocha.
AHR
Pedro Correia 11.07.2022

João Rocha foi um dos melhores presidentes do Sporting, sem sombra de dúvida.
Tão bom que FCP e SLB fizeram aliança para o derrubar. Uma aliança que beneficiou - e de que maneira - o FCP. Com cumplicidades em Alvalade.

Nos anos 2000 repetiu-se o esquema, com Vieira (ex-protegido de PdC) no lugar de Fernando Martins, sempre em benefício do dinossauro das Antas.
Dessa vez contra Dias da Cunha, outro grande presidente leonino.

PdC anda agora a rondar Rui Costa na esperança de, pela terceira vez, fazer uma aliança anti-Sporting.
Contra Varandas, outro grande dirigente leonino.

Anónimo 11.07.2022

O nome para o pavilhão foi muito bem escolhido na minha opinião.

Pedro Batista
Pedro Correia 11.07.2022

Dez anos depois isso parece inquestionável. Porque nenhum presidente impulsionou tanto as modalidades - não só as de pavilhão - como João Rocha.
Anónimo 11.07.2022

Foi,sem dúvida, mas fazê-lo está quieto.
Pelo sportinguismo que sinto cada vez que estou lá, agradeço a quem o mandou edificar: Bruno de Carvalho.
Pedro Correia 11.07.2022

Deve agradecer antes a quem financiou essa obra, tornando-a possível. Os sócios do Sporting, que se mobilizaram para esse efeito.
Eu fui um deles.
Anónimo 11.07.2022

Que sobranceria a tua!
Então temos de te agradecer a ti?
E não a quem teve a visão de lançar a missão pavilhão?
Pedro Correia 11.07.2022

Sim, tens de agradecer a mim e aos outros que contribuímos para que a obra se tornasse realidade.
Já eu, pelo contrário, nada tenho a agradecer-te.
Anónimo 11.07.2022

Então pela tua visão obtusa, tens de me agradecer a mim e também ao Bruno de Carvalho, mas esta parte, já vimos que te custa.
Pedro Correia 11.07.2022

A ti não tenho de agradecer coisa nenhuma.
Não há anónimos no mural do pavilhão.
A. Ramos 11.07.2022

Agradecer a ex-sportinguistas...? Era chato.
Anónimo 11.07.2022

Pah, não percebes nada disto, tens de dar os parabéns ao Godinho porque foi o padrinho do nome do pavilhão, e o Bruno nem fez de relevante.

O Godinho é aquele presidente que quando deixou o Sporting em março de 2013, deixou a nossa equipa de futebol no 12º lugar, perto da linha de água? Ou esse foi o Bruno?
Pedro Correia 11.07.2022

Bruno, conheço o Bruno Fernandes. E o Bruno Tabata.
O Carvalho, se é dele que falas, deixou o Sporting em primeiro... no número de jogadores que se desvincularam porque já não o podiam ver pela frente.
Ainda estamos a sofrer consequências disso.

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