Jesus está muito bem fora de Alvalade
Texto de Francisco Gonçalves
Não há outra forma de dizer o óbvio: Jorge Jesus, enquanto treinador do Sporting Clube de Portugal, foi um absoluto fracasso. E nada barato, diga-se.
Podem estabelecer-se muitas linhas de pensamento para tentar explicar a ineficácia de Jesus, nos três anos em que liderou a equipa técnica leonina. Naturalmente, os seus seguidores e admiradores hão-de arranjar espaço criativo para atribuir as culpas a tudo e a todos, poupando o técnico. Contudo, na avaliação final, o que conta são os factos e esses são indesmentíveis. Jorge Jesus ganhou quase nada, em três anos, em Alvalade.
Jorge Jesus tem vários problemas, na forma como vende a sua imagem. Além da sua colossal dificuldade em transmitir uma ideia – não quero de forma alguma enfatizar esse aspecto, mas ajuda a perceber algumas coisas – o vetusto treinador tem um ego maior do que o vencimento anual que auferia, em Alvalade, e que aufere, na Luz.
Jorge Jesus é bronco e, não raras vezes, exibe uma chocante desonestidade intelectual: basta lembrar o episódio do limpinho, limpinho.
Jorge Jesus tem a mania que é a última coca-cola do deserto: basta lembrar a sua convicção de que, depois dele, nem em cem anos outro treinador português ganharia a Taça dos Libertadores. Abel Ferreira está na final pela segunda vez consecutiva e, na primeira tentativa, ganhou a competição.
Jorge Jesus é completamente imodesto: basta lembrar como tratou Rui Vitória, na sua primeira época como treinador dos leões.
Jorge Jesus é mau gestor de balneário: só neste início de época, teve problemas com Filip Krovinović, Samaris e Gabriel, além da discussão, mais ou menos pública, com Gonçalo Ramos.
Jorge Jesus não sabe defender os seus jogadores: basta ver como lidou com o “herói” Odysseias e como, ontem [domingo], tratou João Mário.
Jorge Jesus não tem a noção da realidade e até diz que jogar contra o Vitória de Guimarães ou o Barcelona é a mesma coisa.
Jorge Jesus é lento a assumir qualquer responsabilidade e muito lesto a endossá-la.
Jorge Jesus é o maior gastador que o futebol lusitano conhece e essa particularidade já tem mais de uma dezena de anos. Nesta época, com cinco defesas centrais no plantel, ainda queria mais o David Luiz.
Jorge Jesus está a anos-luz da adjectivação que a imprensa lhe dedica.
Jorge Jesus está muito bem fora de Alvalade e espero que assim se mantenha.
Texto do leitor Francisco Gonçalves, publicado originalmente aqui.