Je suis Charlie?
Leio numa notícia publicada por aí que o sindicato dos jornalistas se queixa do Sporting ao governo e que aconselha alguns profisionais do ramo a agir judicialmente contra o presidente do Sporting por, segundo aquele organismo da classe, "ter uma atitude inqualificável para com os jornalistas de quem 'não gosta'."
Ora, segundo estes senhores, eles podem ter a liberdade de publicar tudo o que quiserem, seja verdade ou não, e o visado tem que comer e calar! Eles devem ter a liberdade de expressão como garantia de exercício da função (e bem!), mas o visado não pode exercer a sua liberdade de se defender de acusações que considera injustas.
Consta que estão agastados porque o presidente do Sporting trata os bois pelos nomes. Pergunta ingénua: Mas quem escreve não deverá assumir a paternidade do que publica? Parece-me que ao nomear os autores de artigos que o incomodam o presidente do Sporting está a exercer o legítimo direito à defesa do contraditório, que é coisa que em regra não lhe é solicitado e a responsabilizar APENAS aqueles que escrevem e publicam assuntos que segundo o próprio ou não corresponderão à verdade, ou têm um claro objectivo de desestabilizar a direcção e o próprio Clube.
Por enquanto, e tenho certeza de que isso nunca acontecerá, o presidente do Sporting não partiu os dentes a ninguém, nem chegou a roupa ao pelo a quem quer que seja, ou sequer entrou como um elefante por um estúdio de televisão adentro sem ser convidado. Creio que seria com isso que a respeitável organização deveria preocupar-se. E lembrar-se, num pequeno exercício de humildade, que a sua liberdade acaba quando começa a liberdade dos outros.
Terá sido algum destes?