Já só lhes falta queimar cachecóis
Bastaram duas derrotas seguidas para bolçarem cobras e lagartos dos jogadores, do treinador e da estrutura directiva, cheios de indisfarçáveis indirectas ao presidente. É vê-los e ouvi-los nas diversas televisões que lhes dão guarida durante horas intermináveis e nas colunas dos jornais onde se acoitam: falam como se o abismo estivesse a um passo de distância e rasgam as vestes entoando sofridas odes ao penta que lhes acena cada vez mais à distância.
Dizem-se adeptos. Mas ao menor desaire, à menor sopradela de vento adverso, tratam de dar à sola, esvoaçando para longe, como se nunca tivessem entoado hossanas aos mesmos que agora criticam com azedume. Se vier uma terceira derrota, alguns são capazes de rasgar cartões de sócio - admitindo que o sejam - e de queimar cachecóis, como tantos fizeram, nas bancadas de Alvalade, naquele inesquecível dia em que o Sporting os goleou por 7-1 e o Manuel Fernandes se elevou à galeria dos heróis eternos a quem prestamos tributo.
Adeptos somos nós. Que ano após ano continuamos a apoiar sem desfalecimentos a nossa equipa - jogue com quem jogar, tenha os resultados que tiver. Que nunca apagamos as palavras "dedicação" e "devoção" do nosso lema. Que adoramos vencer mas jamais a qualquer preço. Porque sabemos que mais vale perder com honra do que ganhar com batota.
Ao contrário deles.