Inqualificável
O comportamento do destituído presidente do Sporting perante o colectivo de juízas que aprecia o caso de Alcochete no Tribunal de Monsanto é inqualificável.
Compareceu no início e depois, alegando não ter meios de subsistência, solicitou autorização para faltar às sessões. Tem estado quase sempre ausente.
Num caso que lhe diz directamente respeito e em que é parte interessada, até por estar acusado de quase uma centena de crimes, Bruno de Carvalho comporta-se em estado de negação. Recusando ouvir os depoimentos que têm desfilado, presencialmente ou através de câmaras televisivas, nas sessões de audiência.
Evitou assim, por exemplo, escutar Mathieu a dizer isto:
Não teve ocasião de ouvir Palhinha dizer isto:
Não se apercebeu, em primeira mão, de que Ristovski declarou isto: «Ficámos alojados num hotel nessa noite, mandei a minha esposa e filho menor para Macedónia e no dia seguinte saí do país.»
Nem ficou ao corrente, de viva voz, deste depoimento de Acuña perante o tribunal: «Disseram que me iam matar, que sabiam onde é que eu vivia e onde é que os meus filhos iam à escola.»
No fundo, age como na recta final do seu mandato enquanto presidente do Sporting. Nos momentos decisivos, nunca estava lá.
Não esteve no estádio do Estoril, quando o Sporting perdeu um jogo decisivo que nos custou o comando do campeonato.
Não esteve em Madrid, na primeira mão dos quartos-de-final da Liga Europa disputada frente ao Atlético.
Não esteve no confronto com o Marítimo, no Funchal, que nos custou a despedida do acesso à Liga dos Campeões.
Não esteve na final da Taça de Portugal, de tão má memória, contra o Desportivo das Aves.
Em todas essas ocasiões, não foi por "falta de meios de subsistência", como agora invoca: foi por elementar falta de coragem.
Inqualificável antes, inqualificável agora. É o comportamento de alguém com jeito para soltar uns bitaites mas que não nasceu com capacidade para liderar.