In destino Delgado, uma questão de género
Todos nós temos o destino traçado na palma da mão, excepto Corto Maltese que o traçou ele próprio, com uma navalha.
Uns nascem com talento para escrever e trabalham-no, outros herdam-no, outros nem uma coisa nem outra mas inventam, inventam muito.
Continuo a ler jornais em papel.
Eu sei, estou a dar cabo da minha saúde.
Podia colocar um desafio aos leitores deste "blog", escrever um pequeno texto onde a propósito do resultado histórico de ontem, o triunfo de Portugal sobre a Escócia por 2-1 em futebol feminino, conseguissem:
1. Referir o nome do treinador de futebol masculino do Benfica.
2. Referir o Benfica.
3. Referir o FC Porto.
4. Não referir o campeão nacional de futebol feminino.
5. Não referir o vencedor da taça de Portugal de futebol feminino.
6. Não referir o clube que mais jogadoras "dá" para a selecção.
7. Não referir o nome da melhor jogadora em campo.
Estão desanimados?
É impossível, dir-me-ão.
Não é.
José Manuel Delgado num texto com 110 palavras (contando com os "a" os "as" os "se" e assim) conseguiu-o (p. 37 d' A Bola de 2017.07.24).
Enfim, as atitudes ficam para quem as toma.
Na pág. 4 do jornal referido, Filipa Reis, escreve a crónica do jogo considerando a sportinguista Diana Silva a melhor em campo, nota oito.
As outras atletas com contrato com o Sporting, tiveram as seguintes notas:
Patrícia Morais - sete
Ana Borges - sete
Carole Costa - seis
Tatiana Pinto - sete
Ana Leite - sete
Irrelevante para JM Delgado, uma questão de género, género lampião, cotevelite.
Felicidades para todas as jogadoras da nossa selecção de futebol feminino que continuem a fazer-nos sonhar.