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És a nossa Fé!

Hoje giro eu - Ser Sporting

Estive para não escrever. Entendo que é um dia de reflexão e, como tal, devemos respeitar esse momento de cada sportinguista. No entanto, e já a findar o dia 22, o meu colega Luís Aguiar Fernandes alinhavou um Post que me inspirou a escrever este texto.

 

Quem me acompanha diariamente aqui conhece a minha posição, mas hoje gostaria de dedicar este espaço essencialmente a falar de sportinguismo. Ao contrário do que por vezes se tenta fazer transparecer, o Sporting não tem à sua volta apenas pessoas que representam interesses. Nada mais enganoso, o Sporting é dos sócios e estes, na sua esmagadora maioria, apenas querem o bem do clube, a sua prosperidade. O Sporting também não é o Pedro Proença e o seu estilo truculento, nem a histriónica Elsa Judas mais a sua Comissão Transitória. Como também não é as tergiversações de Marta Soares, a incontinência verbal de Ricciardi ou a opacidade da Comissão de Gestão. Não, o Sporting é muito mais do que isso. Hoje, ao ver Rui Calafate, José Pina ou António Moita num debate na TVI24, pude atestar que há razões para não perder o optimismo pois todos eles souberam representar muito bem aquilo que deve ser o sportinguismo, mostrando à saciedade ainda haver uma reminiscência dos nossos valores e pessoas a quem as televisões podem recorrer se quiserem informar correctamente os seus espectadores. Também Samuel Fernandes soube estar à altura, nomeadamente quando se bateu pela defesa intransigente dos superiores interesses do Sporting na matéria das rescisões dos jogadores e mostrou conhecimento profundo dos temas jurídicos abordados. 

 

Conheço mais sportinguistas que vão votar no "Sim", mas também conheço alguns que vão votar no "Não". Uns e outros são letrados, com provas dadas profissionalmente e, livremente, exercem a sua opção. Não que por serem letrados sejam mais sabedores. Vejam o caso de António Aleixo. É que uma coisa é saber que o tomate é um fruto - e isso é conhecimento -, outra é não misturá-lo numa salada de frutas - a sabedoria. Digo isto porque, por vezes, as elites tendem a menosprezar esta sabedoria popular que nos trouxe provérbios intemporais que todos repetimos quase inconscientemente no nosso dia-a-dia. Outra coisa de que também nos temos esquecido ultimamente é de cultivar o valor da tolerância. No meu grupo de amigos não existe delito de opinião. Esgrimimos argumentos, de uma forma mais ou menos acalorada, mas sempre sem ultrapassarmos os limites da urbanidade. Também não existe o politicamente correcto, era o que faltava. Então iríamos estar a inibir alguém, só porque conjunturalmente em minoria, de exprimir uma opinião? 

 

Amanhã será dia de decisões no Sporting Clube de Portugal. Seja qual for o resultado, é importante aceitá-lo democraticamente. Faço a minha declaração de interesses: tenho pensado muito no momento que vivemos, gostaria que surgisse uma terceira via em Alvalade - para a qual ainda não vi candidatos - e, como tal, agradar-me-ia haver eleições. Mas, se a vontade dos sócios for oposta à minha, cá estarei, com quotas pagas e cachecol ao pescoço, a dar o meu apoio a qualquer equipa que ostente o leão rampante no peito e a lutar da forma que conheço, dando ideias que possam ser ouvidas e assim contribuir para um melhor Sporting e para uma saudável cidadania sportinguista. 

 

O Sporting precisa de paz. Espero que estes 3 meses atribulados tenham servido de lição a todos. Não se constrói nada contra alguém durante todo o tempo. Pelo contrário, isso só cria divisionismo e afasta-nos de uma cultura de clube idealizada pelos nossos fundadores. O Sporting tem de ter uma identidade própria, um posicionamento face à concorrência e uma participação massiva dos sócios na vida do clube. Sim, porque uma coisa é ter muitos sócios, outra é estimular a sua participação. Assim como, uma cultura de exigência só faz sentido se for bem aplicada na prática. Quem vier a dirigir (ou voltar a dirigir) o clube tem de promover o seu Renascimento (sim, assim com "R" grande). E isso passa por mobilizar e não excluir sócios, por promover o surgimento de ideias, por ouvir também opiniões divergentes das nossas - aceitando-as e vendo-as como algo de positivo, sintoma de vitalidade - e pela excelência das nossas acções e sua repercussão no clube e no meio envolvente do futebol português. 

 

Termino fazendo um apelo a todos: votem em consciência, da forma que entenderem, mas tenham sempre presente que o Sporting não pode continuar adiado. Ganhe quem ganhar, Domingo será outro dia e o Sporting precisará de todos nós, do nosso amor pelo clube, para começar a sua reconstrução.

 

P.S.1: Atento aos pormenores ("pormaiores"), não pude deixar de observar que, quase em desconto de tempo, Jaime Marta Soares foi finalmente claro quanto à data das eleições e desaparecimento da Comissão de Gestão em caso de hipotética vitória do "Não" (o que pressupõe que termine automaticamente a suspensão do CD). Vamos ver se ainda vai a tempo ou se este detalhe da tardia resposta a algumas das questões (nem todas) que aqui tinha deixado (e que estariam também na mente de muitos sportinguistas) não lhe vai sair caro.

 

P.S. 2: Texto iniciado ainda a 22/6.

 

17 comentários

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    Pedro Azevedo 23.06.2018

    Obrigado CAL e faça uma boa e segura viagem até Lisboa. (presumo que esteja em trânsito para o Altice Arena)
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    CAL 23.06.2018

    Fi-la.
    E consegui chegar à mesma hora de Frederico Varandas. Pelo menos, pude agradecer-lhe a coragem.

    Imensamente triste, digo-lhe, sinto-me extremamente triste

    Saudações leoninas.

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    CAL 23.06.2018

    Primeiro voto: o de uma sócia. Ora!

    :)

    💚🦁💚
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    Pedro Azevedo 23.06.2018

    DuS horas numa fila mas já está ...
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    CAL 23.06.2018

    Depois do que vi e ouvi, tenho ainda mais dúvidas de que exista destituição.

    Nuno Saraiva: afinal está vivo, vi-o.
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    Pedro Azevedo 23.06.2018

    Eu nem a maioria dos meus amigos consegui ver lá dentro. Entraram do lado da Expo, eu entrei do lado de quem vinha do Cais do Sodré. Depois, lá dentro foi uma confusão. Imenso tempo para descer as escadas das bancadas e chegar ao ‘floor’ e, lá chegado, o caos , com pessoas a confluir de diversas direccoes. Ao fim de 2 horas lá cheguei a umas piscinas de 25 metros, para a frente e para trás, até que cheguei a essa zona já perto do local de votação onde me terá visto. Uma loucura!
    Não consigo prever um resultado. As intervenções foram mais pró-Bruno mas quem estava contra Bruno tinha uma única motivação que era votar.
    Apesar de tudo, não houve grandes incidentes e isso foi bom, mais a mais atendendo às condições de votação.
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    CAL 23.06.2018

    Eu prevejo não destituição de BdC.

    Só peço que o ruído+agressividade que vi, sejam inversamente proporcionais ao número de votos.

    BdC faz apelo ao que de mais primitivo existe. O que hoje vi, foi clara manifestação disso mesmo: de comportamentos contrários à civilidade, a um mínimo de educação. Mesmo consócios que, em situação de convivência na fila em que todos estávamos, pareciam minimamente civilizados, aplaudiam entusiasticamente as maiores boçalidades.

    Foi uma experiência violenta a vários níveis ainda que, como bem aponta, sem incidentes de maior (excepto a ocorrência 'Alvaro Sobrinho').

    Enfim... Que dor de alma.
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    Pedro Azevedo 23.06.2018

    Pois, este Sporting está nos antípodas do que preconizo. Julgo haver muita entropia entre as ideias e a sua aplicação prática e muito afastamento entre os sócios sem uma razão propriamente ideológica, mais devido a uma grande confusão de conceitos. Mas o Sporting tem muitos sócios ordeiros e moderados que amam o clube e têm bom senso. Obviamente, gostaria que houvesse eleições e uma mudança. Caso tal não seja possível, oxalá Bruno Carvalho tenha aprendido algo com estes dois meses e venhamos a ter um clube melhor, mais à semelhança do início do seu primeiro mandato. Eu aceitarei a vontade dos meus consócios e não deixarei de cumprir com as minhas obrigações.

    SL
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    CAL 23.06.2018

    Não tenho um botão que possa premir de maneira a desligar o meu Sportinguismo.

    Mas senti-me terrivelmente mal hoje.

    Um dia de cada vez.
    SL
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    Pedro Azevedo 24.06.2018

    Bem, CAL, vamos finalmente ter eleições. É o que lhe tinha transmitido, a maioria dos sócios que se deslocou à Altice Arena tinha um firme propósito: votar. Votar, não ir ao púlpito para falar, mas tão simplesmente exercer o seu direito de voto, sem querelas nem discussões e de forma ordeira. Parabéns aos sócios do Sporting por uma extraordinária demonstração de vitalidade e agora é hora de iniciar a reconstrução de todo o "edifício", sem revanchismos e orientados para o futuro, para as soluções e não para os problemas. Eu sou um optimista, bem sabe. Como dizia Confúcio: "se o problema tem solução, concentra-te na solução". Esta é a hora de recentrarmos o nosso apoio ao Sporting e de unirmos todos os sportinguistas em torno de um projecto onde se sintam bem e sejam ouvidos . Temos dois temas que urge resolver: o financeiro e o desportivo. O financeiro divide-se entre liquidez (tesouraria), Resultados (imparidades, provisões) e Balanço. É complicado mas tem solução, não é um bicho de 7 cabeças. Em breve trarei ideias sobre como resolver isto. Depois, temos a questão desportiva, a definição do plantel para 18/19, que terá de ser conjugado com a defesa intransigente dos direitos da sociedade desportiva no caso das rescisões dos jogadores.

    SL
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    CAL 24.06.2018

    :)

    Adoro enganar-me. :)
    Temi mesmo, mesmo, mesmo o pior.
    Um dos consócios que me acompanhava, hoje, reconhecendo alguns Sportinguistas ia-me pondo a par do número de votos que representavam, bem como qual, seria a orientação do seu voto (isto a uma nano escala, claro).

    A minha justificação para estes resultados, face ao que testemunhei, para além da que bem refere, é o reduzido tempo de sócio de muitos dos que tão efusivamente se manifestaram, hoje. Se não for o curto período de tempo de sócio (correspondente à chegada de BdC ao poder) só mesmo se a larga maioria for efectivo C.

    Bem sei que muito haverá a fazer, mas o primeiro passo importante está dado.

    Saudações leoninas... !

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    Pedro Azevedo 24.06.2018

    O trabalho e as dificuldades só deverão dissuadir os espíritos menos preparados. Tenho plena consciência da montanha que temos pela frente mas que não haja alarmismos, há soluções para esses problemas e é preciso compatibilizar alguma antecipação de receitas com um plano de alguma contenção de custos na SAD e maior aposta na nossa Formação , bem como com a intransigente defesa do Sporting no que respeita à matéria de rescisão de jogadores, algo que melhorará os resultados da SAD por abatimento das provisões e imparidades que se terão de constituir agora. Haja esperança! A gestão também é isto: criar condições para que se voltem a criar os equilíbrios necessários e suficientes para que voltemos ao caminho da sustentabilidade , condição sine -qua-non para que se possa apostar ser competitivo desportivamente. É importante que não se assuste os sportinguistas, não se lhes traga mais problemas, mas sim que se aponte a soluções .
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    CAL 24.06.2018

    Não disse?

    Senhor... PAZ! E conhecimento de causa. E... sabedoria.


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    Pedro Azevedo 24.06.2018

    Sabedoria? Quem me dera...
    Não, é como sempre me comportei profissionalmente. Sem desculpas nem a trazer problemas. As pessoas são nomeadas para resolverem problemas e facultarem soluções, não para deprimirem acionistas e sócios. É preciso um discurso realista, mas positivo, focado em soluções , que englobe um plano a 2/3 anos que nos permita voltar a revitalizar o clube e assegurar a sua sustentabilidade . É um dos desafios mais entusiasmastes que um gestor pode ter.
    Imagine a equação da recta: Y=alpha+beta*X , sendo alpha a variável sem risco e beta o risco. Quando o beta é igual a 1 significa que estamos a investir o mesmo que o mercado (leia-se os concorrentes). Se for maior que 1 é porque gastamos mais. Se for menor que 1 é pq gastamos menos. Ora, o desafio é gastar menos e tentar compensar isso com geração de alpha, seja financeiramente comprando barato e vendendo caro, seja desportivamente através da rendibilização da matéria prima proveniente de Alcochete, a nossa Formação . Todas as empresas gastam muito em research and development para criar produtos vendáveis, nos fazemo-lo através de Prospecção ( Aurelio Pereira) e desenvolvimento ( treinadores da nossa academia e futuramente treinador da equipa principal com características de aposta na Formação) dos nossos jovens. Um grande erro desportivo de BdC foi a aposta em JJ. O aumento exponencial dos custos aumentou a tensão dentro do clube e reforçou a necessidade de se encontrarem equilíbrios, algo que nem sempre acontece, especialmente em momentos de incerteza. Para além disso, e esse é o ponto fundamental, os nossos jovens não foram devidamente potencializados , contrariando assim p nosso modelo de sustentabilidade.

    Modelo de sustentabilidade, ética e cultura corporativa seriam os 3 pilares que consideraria prioritarios enquanto gestor num presidente.
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    CAL 24.06.2018

    :)

    Pode não ser já a partir de 8 de Setembro, mas ainda hei-de chamar-lhe Senhor Presidente. :)

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    Pedro Azevedo 24.06.2018

    Neste momento não seria correcto nem justo para com os meus colegas autores do blogue eu pronunciar-me aqui, num espaço independente e pluralista, sobre essa matéria . E também não seria correcto para com os Leitores/ Comentadores, concluída a minha eventual reflexão, não fazer a minha declaração de interesses. Isso nunca, tenho orgulho na transparência e na ética na vida pública. Portanto, a fazer algo , em primeiro lugar falaria com quem me convidou para este espaço e depois comunica-lo-ia aos Leitores, deixando com pesar de aqui escrever a fim de não prejudicar a independência deste espaço onde me sinto tão bem.
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