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És a nossa Fé!

Hoje giro eu - Princípios/Ética

Um presidente do Sporting deve observar, na minha opinião, um conjunto de Princípios durante o(s) seu(s) mandato(s). Eis alguns dos que considero mais relevantes:

  • Princípio da transitoriedade presidencial: a um sócio, adepto ou simpatizante do Sporting aplica-se o verbo Ser. A um presidente ou a qualquer títular de cargo directivo no clube aplica-se o verbo Estar. Uma pessoa não é presidente, está em presidente, exactamente da mesma forma que quando não trabalha está desempregado. Não é uma questão de semântica - um presidente serve o clube e os seus sócios - e torna-se muito importante a um candidato ter consciência disto para que não se venham a verificar situações futuras de excessivo apego ao poder;
  • Princípio da perenidade do clube: um presidente de uma instituição centenária como é o Sporting tem de criar condições que garantam a continuidade, estabilidade e inextinguibilidade do clube. Tal como um facho que passa de mão em mão, de geração em geração, cada novo presidente tem de sentir a responsabilidade de futuramente passar o clube a outrém em melhor situação do que a que encontrou;
  • Princípio da adequabilidade do candidato: sendo certo que qualquer sócio do Sporting que reúna as condições definidas nos Estatutos do clube se pode candidatar a presidente, uma candidatura presidencial deve obedecer a uma introspecção do próprio no sentido de perceber se tem a experiência, a idoneidade e o conhecimento necessários ao exercício do cargo e pode, mesmo, futuramente vir a ser préviamente sujeita a escrutínio de Orgão competente (Compliance). Sendo presidente, o não preenchimento destes requisitos pode afectar seriamente a reputação da instituição e causar-lhe prejuízos patrimoniais significativos;
  • Princípio das boas práticas de gestão: o líder deve reunir a informação de gestão necessária à boa decisão e assegurar formas de monitorização contínua dos processos, corrigindo desvios e identificando oportunidades de melhoria, sempre no escrupuloso respeito das regras, procedimentos, regulamentos e leis aplicáveis. Independentemente do escrutínio próprio a que está sujeito pelo Conselho Fiscal e Disciplinar ( e pelos sócios), o presidente deve saber reunir-se de um conjunto de mecanismos que lhe permita autodisciplinar-se e garanta a necessária transparência dos processos. Nesse sentido, deve ser dada toda a liberdade e independência na estrutura aos orgãos de Controlo Interno, Auditoria Interna e Compliance (a criar). Garantida a integridade dos processos e eliminado a montante todo e qualquer tipo de suspeição, o presidente pode concentrar-se no essencial: voltar a colocar o Sporting no topo do futebol português;
  • Princípio da limitação dos mandatos: um presidente do Sporting só poderá liderar o clube em 2 mandatos, seguidos ou não;
  • Princípio da democraticidade interna: o presidente do clube está sempre ao serviço dos sócios e não deve cometer actos que impeçam a expressão do desejo legítimo dos mesmos, assegurado o cumprimento dos devidos formalismos estatutários previstos para o efeito;
  • Princípio de congregação: ao presidente compete estimular a participação dos sócios e a boa recepção das suas ideias;
  • Princípio da Igualdade: para o presidente, todos os sócios são iguais nos seus direitos e na sua liberdade de expressão, não devendo em nenhuma circunstância contribuir para um ambiente maniqueísta, de divisão interna e/ou de criação de castas de leoninidade;
  • Princípio do controlo societário (SAD): o Sporting, directa ou indirectamente através de SGPS, deve manter-se sempre maioritário na SAD;
  • Princípio de governação (SAD): o presidente do Sporting deve ser também presidente da SAD, por uma questão de não fazer sentido haver uma visão distinta nas duas instituições. O "problema" da concentração de poderes, é um falso problema, fundamental é existirem orgãos de controlo. Se o futebol não estivesse na SAD, haveria um presidente para as modalidades e outro para o futebol, dentro do clube? 
  • Princípio do ecletismo: ao presidente cabe garantir a perpectuidade da aposta nas modalidades, elemento distintivo e singular da afirmação da Cultura Sporting em Portugal e no mundo;
  • Princípio do clube formador: outro elemento distintivo e singular da Cultura Sporting que caberá a cada presidente não desvirtuar;
  • Princípio da exigência máxima: ao presidente cabe zelar pela instauração de uma cultura de exigência máxima no clube e pela sua correcta implementação junto de colaboradores, atletas e sócios, no mais rigoroso respeito pela pessoa humana e pela história e pergaminhos do clube. Aos sócios caberá tomar decisões informadas sempre que forem chamados a pronunciar-se sobre a actualidade do clube;
  • Princípio do "Sporting centric": um presidente deve ter consciência que o Sporting é sempre o mais importante, o bem maior e deve estar sempre no centro de tudo;
  • Princípio da ética (em resumo): o presidente deve agir com respeito por sócios e colaboradores, dignidade, solidariedade institucional, comprometimento pelo desenvolvimento do clube, responsabilidade, consciência de alguns dos factores de diferenciação (ecletismo, Formação) que nos distinguem, entre outros valores e atitudes que devem ser apreendidos por qualquer pessoa. O Sporting tem de ser sempre percepcionado como um clube ético, cujas acções visam garantir a integridade das competições em que está inserido, integridade essa pela qual estará disposto a lutar tendo em vista a eliminação de todas as inconformidades. 

 

 

Para além destes Princípios, estas seriam as funções do futuro Comité de Compliance:

  • Zelar pelo cumprimento de todos os procedimentos regulamentares, nomeadamente pela prevenção de conflito de interesses e pelo cumprimento da legislação de branqueamento de capitais, nas operações efectuadas com as diversas entidades envolvidas;
  • Estabelecimento de um Código de Conduta que regule treinadores, jogadores de futebol e atletas das modalidades;
  • Estabelecimento de um Código de Conduta que regule a actividade das claques (anexo ao Protocolo existente), com pesadas sanções (que podem ir até à sua erradicação) caso a sua actuação venha a provocar prejuízos patrimonais e/ou danos reputacionais ao clube;
  • Garantir a transparência dos processos de transferência de jogadores de futebol;
  • Garantir e acompanhar a adopção e cumprimento em todo o grupo Sporting dos valores éticos das várias instituições, de forma a contribuir para a mitigação do risco de imputação a essas instituições de danos reputacionais, sanções ou prejuízos patrimoniais significativos;
  • Acompanhamento de toda a actividade do grupo;
  • Propor à Liga de Clubes e FPF um Código de Conduta e de Ética que regule a relação entre todos os agentes desportivos e que foque primordialmente na prevenção de casos de conflito de interesses, promiscuidade, tráfico de influências e corrupção.

 

 

 

Termina aqui esta série que iniciei na pretérita Quinta-Feira. Foi algo que quis fazer por um dever de cidadania sportinguista e que espero possa ter sido de alguma maneira útil. Gostaria que os sócios pudessem votar em consciência, sem influência de ruído comunicacional, e escrutinando candidatos, ideias e sua implementação, curricula e equipas. Isso seria uma prova inequívoca de maturidade democrática. 

 

Saudações Leoninas

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