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És a nossa Fé!

Hoje giro eu - Não ao radicalismo!

Se necessária prova houvesse, os últimos dias mostraram-nos um nível de radicalismo nos comentários neste blogue que é triste. Dir-se-ia que voltámos aos tempos do PREC. Quarenta e quatro anos de democracia foram insuficientes para que a força dos argumentos sobresaísse. Em vez disso, prolifera o insulto gratuito e, muitas vezes, descontextualizado entre os dois lados da barricada. É estranho e sintomático sobre o estado da Nação. Não se vê esta agitação popular por uma melhor educação, saúde ou justiça. Aí, aparentemente o povo não está mobilizado. Mas, quando se trata do Sporting, aqui d`El Rei, tudo para a rua que está em causa a nossa independência, a nossa cidadania, a nossa qualidade de vida.

Já nem sequer importa quem inicialmente ateou o fogo (Bruno de Carvalho), porque entretanto muita gente o regou a gasolina. Enquanto os generais aguardam nas casernas, a infantaria tenta produzir o estrago e desgaste suficientes para que o povo possa saudar a caminhada triunfal dos cerebrais líderes desta intentona. Estes, calculisticamente, após mostrarem o dedo acusatório e trocarem breves palavras de circunstância aquando do deflagrar do conflito, só sairão dos quartéis quando a vitória estiver consumada, cavalgando a onda criada por peões de brega, por convenientes incautos de ocasião, mas também por quem não se revê neste tipo de Sporting dos últimos 30 anos. 

Entretanto, o ambiente vai-se degradando. O estado actual do Sporting diz tanto sobre a ideia de liderança de Bruno de Carvalho como da coragem e sentido de responsabilidade dos que se lhe opõem. Estes últimos, que dado o desvario recente da Direcção, deveriam participar na vida pública, contribuindo para a elevação do discurso, pedindo e promovendo o debate, através de uma oratória estruturada e esgrimindo justos argumentos em defesa do seu ideal, preferem assistir de cátedra à violência verbal e à radicalização do discurso. 

Não é que Bruno de Carvalho seja inocente nisto tudo. Pelo contrário, ele, ao longo do(s) seu(s) mandato(s) contribuiu, e muito, para uma desunião dos sportinguistas. Confundiu tudo. Tomou criticos construtivos por opositores sistemáticos, opinadores bem estruturados por idiotas úteis. A todos colocou no mesmo saco. Definindo, inclusivé, classes de sportinguistas: os sportingados, os croquettes, os melancias e por aí fora. Fazendo ouvidos moucos de recomendações que cairam em saco roto, como as deste blogue, em uníssono, ao longo dos tempos.

Depois, espetou-se ao comprido na gestão dos recursos humanos que tinha ao seu dispôr no futebol. Na escolha do treinador, na sua relação com os jogadores, com isso colocando-se a si mesmo e ao clube num ghetto, bombardeado por tudo quanto é opinador mais ou menos bem intencionado na sociedade portuguesa. Em criticas que extravasaram o mero comentário desportivo e foram transversais ao espectro de analistas, "opinion makers" e, até, políticos.

Por motivos que já abundantemente neste espaço noutras ocasiões expliquei, estou certo de que não voltarei a votar em Bruno de Carvalho. Como igualmente estou certo de que, com este tipo de oposição "ad-hominem", feita de ataques pessoais, ele ganhará facilmente qualquer plebescito que venha a decorrer, seja pela forma de uma AG de destituição, seja por via de eleições. Cada palavra menos bem temperada será mais um voto no sentido da sua continuidade. Mas, a factura será pesada, dificilmente haverá paz no clube nos próximos anos e o Sporting não voltará tão cedo a ser nosso outra vez. 

10 comentários

  • Sem imagem de perfil

    Verde no Branco 29.05.2018

    Isso é uma utopia.
    Nunca o Sporting será de todos, porque cada uma tem a sua visão do que é ser Sporting. E historicamente, o Sporting Clube de Portugal, foi criado por ideias opostas.
    Mais do que nunca os pólos elitista vs popular estão aí a minar o futuro do clube.
    Interessa saber o que quer dizer com o nosso outra vez? Quem são os nós?
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    CAL 29.05.2018

    Caro Verde no Branco,


    agradeço o seu comentário.
    Lamentavelmente, não me será possível responder-lhe com o grau de detalhe que, entendo, mereceria. O Verde no Branco e o nosso Sporting Clube de Portugal.

    Saudações leoninas.
  • Sem imagem de perfil

    Verde no Branco 29.05.2018

    Compreendo e respeito.
    Fossem todos assim...
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    CAL 29.05.2018

    Caro Verde no Branco (comentário das 15:57),

    não vá dar-se o caso de não ter sido capaz de exprimir devidamente o que pretendia: tivesse eu, disponibilidade mental, tempo e "vontade" e fazia o exercício de partilhar o que é para mim o nosso Sporting Clube de Portugal.

    Não reunindo nenhum dos predicados que refiro, outra solução não encontrei que não fosse agradecer-lhe e desculpar-me.

    Pedia-lhe só o favor de aceitar que não o faço por desconsideração. Nem por si e muito menos pelo nosso Sporting Clube de Portugal.

    Tenho tido gratas oportunidades de troca de impressões nas caixas de comentários deste blogue.

    Quem já o percebeu, facilmente estranha que tenha respondido (neste mesmo post) ao meu estimadíssimo Pedro Azevedo da forma "lacónica" que fiz. Diria que não é o tipo de resposta que me caracteriza. Mas, nesta altura, é a que me é "possível".

    Genuínas saudações leoninas.
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    Pedro Azevedo 29.05.2018

    CAL,
    não sei se isto a irá ajudar - esteja à vontade para me criticar - mas junto um desabafo que tive, numa noite de insónia, ao comentar um Post do Edmundo Gonçalves. Nota: queira não considerar as "politiquices", eu disse-lhe, já era tarde...

    "Edmundo, eu não sou sócio do Sporting por causa de Bruno de Carvalho e continuarei a ser sócio, apesar de Bruno de Carvalho, obviamente. Também não sou sócio por causa de festas até porque já estive em funerais mais bem animados do que certos jogos do Sporting: Alvalade, por vezes, até parece a "alegria" dos cemitérios. Vivi a minha adolescência e entrada na idade adulta com João Rocha, de quem tenho gratas recordações, mas também não fui do Sporting por causa dele. Aliás, se perguntarem a uma criança a quem associam o Sporting, ela vai responder Patrício ou Bruno Fernandes ou outro qualquer jogador do clube. No meu tempo de menino teria dito Manuel Fernandes ou Fraguito e antes Yazalde (de quem vi muito pouco). Claro, estamos em crise e cada cabeça, sua sentença. Mas também, quando é que não estivemos em crise? Há 5 anos, existencial, agora, de referências. Somos um clube único. Não deve haver tanto financeiro por m2 em nenhuma parte do mundo como no Mundo Sporting. Depois, vamos ver as estatísticas e Portugal está no lugar Cento e trinta e qualquer coisa (atrás do Burundi!!!) em literacia financeira e, periodicamente, temos um coro de protestos à porta dos BPP, BPN e BES desta vida, de pessoas que nalguns casos acharam que podiam ter um juro bem superior ao do mercado e ainda assim não duvidaram da solidez desses bancos e das propostas que lhes faziam. Mas aqui, no Sporting, não, de todo, concentraram-se todos aqui e discorrem sobre reestruturações de dívida, eventos de "default" e factoring enquanto o diabo esfrega um olho. Portanto, vou continuar um Ser do Sporting e a ser do Sporting. Se as coisas não fossem assim, também já teria deixado de ser português desde que Francisco Sá Carneiro morreu, lisboeta desde que Krus Abecassis e Ribeiro Telles deixaram a câmara e cidadão desde que a maioria das pessoas com princípios e decentes começou a desaparecer."

    Apenas um desabafo. Também tenho direito. Queira desculpar a extensão do mesmo.

    Uma boa noite, CAL.
    Sporting sempre!
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    CAL 29.05.2018

    :) :) :)

    Já tinha lido. E sorri, naturalmente. :)

    Sporting sempre, uma óptima noite para si também caríssimo íssimo, íssimo Pedro Azevedo.

    Saudações leoninas.

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    Pedro Azevedo 29.05.2018



    Uma boa noite!
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    CAL 29.05.2018

    Só uma ligeira achega: lembrei-me do filme "4 casamentos e um funeral" e ri-me bastante, já que também eu estive numa "cerimónia fúnebre" que foi de tal forma uma celebração da vida do defunto (e que vida, senhores!) que tornou-se dos "eventos" mais divertidos e de melhor memória, de sempre. Só para ter noção, apresentam-se no local duas auto-proclamadas viúvas, sendo que, nenhuma delas o era. Dá para se ter uma ideia e para tomar-lhe o pulso, não? ;)

    SL
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    Pedro Azevedo 29.05.2018

    Até compraria bilhete para ver tal filme.
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