Hoje giro eu - Bruno, o Influente
Nascido na Maia, Bruno Fernandes iniciou-se nas camadas jovens do Infesta, mudando-se depois para o Boavista. Ao Bessa chegou com 10 anos e aí percorreu as diferentes etapas de Formação, com empréstimos no 1º ano de cada escalão ao Pasteleira, com quem o clube axadrezado ainda possui um acordo de cooperação.
A poucos dias de completar 18 anos, assinou pelo Novara, da Série B (2ª divisão italiana), onde chamou rapidamente a atenção dos olheiros da Udinese, mítica equipa de Zico nos anos 80.
Chegado à Série A, Bruno permaneceria 3 anos em Udine (marcando 10 golos) e mudar-se-ia posteriormente para Génova, onde representou a, outrora poderosa (Gianluca Vialli, Roberto Mancini, Lombardo, Toninho Cerezo), Sampdoria (5 golos).
Neste Verão do nosso contentamento, o Príncipe da Maia chegou finalmente ao Sporting.
A primeira pergunta que se impõe fazer é como é que foi possível este jogador ter escapado ao "scouting" das selecções nacionais de jovens. Na realidade, só após ter ido para Itália foi chamado pela primeira vez, no caso à selecção de sub-19.
Nota-se bastante o peso da escola "azurri" no seu futebol: inteligência táctica, capacidade de passe longo típico de um "regista", remate forte e colocado digno de um "mezzapunta", a combinação destas qualidades torna a posição 10, a de "trequartista", a sua, aliando a visão e percepção do timing de desmarcação dos colegas, herdadas de um Deco ou Rui Costa, com a potência e qualidade de disparo à baliza, que lembram Carlos Manuel ou Maniche.
Evoluindo num meio-campo a três (Battaglia, Adrien, Bruno), no Sporting, assim ao estilo daquele que Mourinho construiu no Porto, com Costinha, Maniche e Deco, em que cada um joga ligeiramente adiantado em relação ao que o precede, Bruno beneficia ainda da entropia que é criada nos adversários quando o habitual 4-3-3 (sim, não me venham com tretas, 4-4-2 só houve com Téo, esse sim um "mezzapunta") se desdobra no movimento atacante num 3-5-2 , com Battaglia a recuar para central, os laterais a subirem em simultâneo, Adrien a ocupar a posição de Battaglia, os alas a meterem por dentro e, aqui reside o toque de génio táctico de Jesus, o ala de sentido contrário ao do movimento da bola a juntar-se a Bas Dost, fazendo os "2" da frente. Esta nuance permite a Bruno, que os adversários esperariam na aproximação a Dost, vagabundear sem marcação pelo terreno e daí lançar o perfume do seu futebol.
Olhando para os números, após 6 jogos, Bruno Fernandes é claramente o jogador mais influente do Sporting, tendo participado em 53% dos golos leoninos. Que assim continue, para nosso gáudio e para triunfo do belo futebol.