Hoje giro eu - Battaglia do Pireu
Embalado por uma série vitoriosa que não é inédita - em 1990/91, com Marinho Peres ao leme, ganhámos os primeiros 11 jogos do campeonato - o Sporting ainda denota alguns problemas, tanto na sua organização defensiva como na ofensiva.
Atendendo ao historial clínico de Fábio Coentrão não parece haver uma alternativa credível. Jonathan Silva é esforçado, mas torna uma simples ida à linha de fundo para centrar num dos doze trabalhos de Hércules, tal a falta de velocidade que evidencia. Menos mal que, sendo o próximo jogo em terras gregas, a penitência lhe possa merecer alguma simpatia daquelas gentes.
No eixo da defesa, JJ optou por manter em Santa Maria da Feira um homem afectado pelo "jet lag" e outro adoentado. Entre as olheiras de Coates e o nariz e garganta irritados de Mathieu, André Pinto ficou no banco. Dada a má época realizada anteriormente por Tobias, se o ex-bracarense não cumpre os serviços mínimos ao ponto de não merecer a confiança de Jorge Jesus num jogo daqueles e com aquelas circunstâncias, então temos aqui um problema.
Finalmente, a insistência no actual Alan Ruiz ameaça comprometer o plano B do treinador leonino, isto é, a alteração do sistema de 3 médios centro (William, Battaglia, Bruno Fernandes), para 2 mais um "mezzapunta". O argentino, não só nos faz perder a batalha do meio-campo como não desequilibra na frente, demorando uma eternidade a definir os lances e não se movimentando o suficiente no sentido de baralhar as marcações adversárias e criar espeços aos seus colegas.
O jogo da próxima terça-feira em Atenas poderá marcar a estreia de Ristovski. Será o jovem macedónio, fiel ao legado do Grande Alexandre, capaz de comandar a ala direita do exército leonino até à tomada do Porto de Pireu?
Uma coisa é certa: contaremos com o nosso Zorba, Rodrigo Battaglia, que vive a vida na essência do que nos transmitia Jung: ama o futebol, é intenso, odeia as burocracias do centro do terreno, procura com espontaneidade galgar metros e traz a energia cósmica e a sorte que pareciam perdidas em Alvalade.
Assim, por volta das 21:30 desse dia, espero ver Battaglia dançar o Sirtaki. E que os gregos não partam um prato !