Ganhar ou ganhar
Mesmo sem o Gelson vamos ganhar nas Antas, esta noite. Acreditem em mim que não é fezada, é fé. Um acreditar alimentado por evidências que me chegam dos possíveis "onze" que vão passando graficamente pelas várias televisões, desde ontem à noite. A cada vislumbre das dez listadas verde e brancas dispostas quadrado fora, mais a camisola do nosso número um, guardando as nossas redes, de cada vez que vejo isto, dou por mim a pensar que temos craques em várias posições e em todos os sectores.
Que poderá o tridente do ataque portista fazer contra um Mathieu concentradíssimo, rapidíssimo, inteligente, lutador e campeão? O Marega passa por um Coates, se o uruguaio estiver, como se diz amiúde, "a top"?
Temos antídotos que sobram para anular a ofensiva portista e nem me referi às laterais, que as temos entregues a um super jogador como o Coentrão e a um competente e aguerrido Ristovski (a acreditar que o Piccini não vai a jogo).
O nosso meio-campo não é melhor que o do Porto? Há algum jogador do lado do FCP com a qualidade do William Carvalho? Não, não há. O Battaglia não mostrou já o valoroso que é a defender e a carregar jogo? Que craque se iguala, hoje, no futebol nacional, a jogar no miolo, a municiar o ataque, a temporizar a jogada, que jogador há que tenha a visão de jogo de Bruno Fernandes? E que tenha a capacidade de remate dele, imprevisível, potente, colocado?
Não temos o Gelson, mas teremos, dum lado, o raçudo Acuña, que, hoje, fará muitas e boas assistências para golo e do outro um Rúben Ribeiro que surpreenderá, fazendo, finalmente, o jogo que dele, nós e o Jesus, esperamos que faça desde que chegou a Alvalade.
Na frente teremos o Doumbia que nos bateu quando andava de emblema do CSKA ao peito. Rápido, endiabrado, eficaz e pragmático.
Por fim, no banco temos e teremos, sobretudo, o Jesus, que, acredito eu, tem mesmo a qualidade de mestre da táctica. Sei do que falo, que vou a caminho do Porto com o Bas Dost. A ausência do nosso matador é bluff. Vai jogar. Verbo que nele rima com marcar, a dobrar, ou a triplicar.
PS. Vergonhoso o artigo do director do Correio da Manhã. Embora hilariante, ao mesmo tempo. À frente de um título que quase sempre deseduca as massas (porque são realmente muitos os que o lêem), Octávio Ribeiro dedica um texto às questões da educação. Fá-lo não apenas alegando a falta de educação de um jogador de futebol do Sporting, mas também atirando-se, todo ele pertinaz, a sentida e preocupada análise ao que identifica como a deseducação que grassa no país. Haverá coisa mais desproporcionada, descabida e ridícula? Foi só um grande jogador de futebol que tirou a camisola, num momento de incontida alegria e euforia. Que diabo, o Gelson é rapaz bem formado, seria lá ele capaz de publicar alguma das muitas chocantes, perversas e absolutamente deseducativas manchetes do CM.