Futebolzinho medíocre
O treinador do Casa Pia avisou na colectiva, como dizem os brasileiros, que o seu grupo poderia ser o primeiro a roubar pontos ao Sporting.
Viu-se desde o primeiro minuto como pensou o senhor dar conta do recado: Onze jogadores atrás da linha da bola.
Pensava eu que os tempos de jogar para o pontinho, os tempos do todos fechadinhos cá atrás e numa jogada de sorte tentar o golito que pode dar uma vitória ou um empatezito, já estavam ultrapassados, mas ontem o fantasma do futebolzinho da treta voltou a Alvalade. A negação ao jogo imperou no "jogo" do Casa Pia. Eu sei que a lembrança do jogo e do resultado da época passada estaria ainda na memória do treinador, mas havia necessidade de trazer a Alvalade um ferrolho que não abria nem pela parte de dentro? Nem eles próprios o conseguiriam abrir, se eventualmente o quisessem fazer, coisa que esteve sempre arredada da sua vontade.
E mesmo depois de ter sofrido o primeiro golo, a coisa não se modificou muito.
Estava eu convencido que com o anúncio de uma distribuição mais equitativa dos direitos das transmissões, a lufada de ar fresco que se tem visto desde o início do campeonato, com os treinadores a quererem mostrar que também eles estão com outra vontade, fosse o mote para que essa nova mentalidade, da qual o futebol português no seu todo só beneficiará, nos trouxesse outra emoção e outra vontade de disputar os jogos, mas hoje a minha costela de S. Tomé veio ao de cima.
Futebolzinho medíocre, foi o que ofereceu hoje o Casa Pia aos pagantes do espectáculo de que foram parte integrante. Assim não vamos lá.