Francos progressos
Digam o que disserem, parece-me que estamos a fazer francos progressos. Repare-se: o ano passado, chegávamos aos 80 minutos a ganhar 3-0 e empatávamos; este ano, já fazemos uma gestão de esforço muito melhor: se é para empatar, porquê marcar três? Bastam dois, como se viu nos jogos com o Estoril e o Feirense. E o que é melhor é que no fim nem sequer empatamos, ganhamos, seja porque marcamos mais um golo, seja porque o vídeo-árbitro invalida o golo do empate. Acresce que, quando nos vemos a ganhar por três, ganhamos, ao contrário do ano passado, por muito que os outros tipos tentem empatar e quase cheguem lá. Começo a ter pena de quem joga connosco: primeiro, são humilhados; depois, quase nos humilham; no final, o seu esforço foi inglório. A isto chama-se gestão de expectativas, feita com uma mestria ao alcance de muito poucos. Os próximos adversários já devem estar em pânico (ouvi dizer que Messi até chora no balneário em antecipação). De resto, nota-se uma preocupação em espalhar estes princípios pelos vários escalões, embora se verifique que não foram ainda inteiramente assimilados. Tome-se o caso dos juniores: começaram a perder por 2-0 com o Olympiacos, mas depois acabaram por arrancar um empate. Não é assim, rapazes, é ao contrário. Para além de que é preciso ganhar. Há aqui ainda algum trabalho a fazer. À atenção dos místeres.