Formação e auto-estima
Termos sido campeões da Europa com dez jogadores da nossa formação, incluindo quatro que jogavam na nossa equipa principal, foi para mim um motivo de enorme orgulho. Nunca tinha acontecido antes, sabe-se lá quantos anos passarão até voltar a acontecer.
Que outra equipa portuguesa pode alguma vez gabar-se do mesmo?
O problema é que nós mal valorizamos estes trunfos. Começando pelo presidente da altura, que tratou logo de abrir guerra a alguns desses jogadores, nomeadamente o Rui Patrício e o William, desvalorizando-os ao ponto de lhes ter feito um autêntico assédio moral. Ou bullying, como agora se diz em «português moderno».
Inqualificável.
No dia em que mudarmos de mentalidade, sabendo puxar pelo que é nosso em vez de hostilizarmos os nossos valores, seremos os maiores de Portugal outra vez.
Mas esta é uma condição prévia indispensável. Puxarmos pelo que é nosso, em vez de gastarmos o melhor das nossas energias a desvalorizá-lo.
Outros, com muito menos e pior matéria-prima, são capazes de valorizá-la até aos píncaros.
Isso, pelo menos, devíamos aprender com eles.