Uma diferença que não vi ser muito acentuada no jogo que disputámos sábado passado: de um lado, o do Sporting, a equipa entrou em campo com sete titulares portugueses; do outro, o da equipa insular, o onze inicial incluía sete brasileiros. Até no comando técnico das duas equipas esta diferença era notória: treinador português no Sporting e brasileiro no Marítimo.
A revolução tranquila que tem vindo a processar-se no Sporting também passa por isto: prioridade ao mérito e à competência dos profissionais portugueses. Tanto a treinar como a jogar. Porque é possível e desejável, também no futebol, confiar nos valores nacionais. Queremos fazer a diferença igualmente neste plano. Não por acaso, fomos o clube que contribuiu com mais profissionais dos seus quadros para a conquista do recente campeonato que inscreveu o nome de Portugal na nobre galeria dos campeões da Europa.
Defendo a utilização e valorização dos jogadores portugueses, seja em que clube for. Daí aplaudir, por exemplo, a aposta que o SLB está a fazer esta época no Ricardo Horta e a que o FCP começou a fazer no André Silva. É a prova de que a filosofia desportiva encetada há anos pelo Sporting está certa. Todo o futebol nacional beneficia disso.
De acordo Pedro Correia. Sim, os nossos principais clubes apostam na formação, valorizam os jogadores e depois há dois caminhos a seguir: ou vender bem ou mantê-los por cá. O Sporting forma bem mas vende mal e pouco. No actual momento pode vender mais e melhor. Mas como deseja ardentemente ganhar o campeonato que lhe foge vai para 15 anos procura manter os melhores portugueses. O Benfica, ultimamente, tem formado bem e vendido muito e a bom preço. O Porto esteve parado no tempo no que à formação diz respeito. Tem agora o André Silva que tem muitas potencialidades.
Sim, mas isto só funciona se for feito em continuidade. O FCP, por exemplo, começou a apostar no Ruben Neves, que agora não calça. E está a desperdiçar o Sérgio Oliveira, subcampeão europeu de sub-21. Acho incompreensível também que marginalizem o Gonçalo Paciência, cujo talento ficou patente nas Olimpíadas do Rio.