Faz hoje um ano
Iam longe os tempos em que Bruno de Carvalho pedia aos adeptos para não lerem os jornais, sobretudo os pertencentes ao grupo Cofina. Agora era ele próprio a tomar a iniciativa de conceder entrevistas a esses jornais.
Aconteceu há um ano. Em entrevista ao Record, o presidente cessante do Sporting - entretanto suspenso de sócio - disparava em diversas direcções, bem ao seu estilo. Contra Frederico Varandas, Jaime Marta Soares, Álvaro Sobrinho, José Maria Ricciardi, Sousa Cintra, Torres Pereira, Jorge Jesus. E até contra Carlos Vieira, que fora seu vice-presidente até mês e meio antes. Quase ninguém escapava da fúria vingativa do sucessor de Godinho Lopes.
No dia seguinte, 3 de Agosto de 2018, comentei aqui essa entrevista.
Nos termos que passo a transcrever parcialmente.
«O que afirma nesta cavaqueira o presidente destituído - e agora suspenso por um ano de associado do Sporting?
Mais do mesmo: não assume um erro (nem sequer a prosa miserável que publicou no facebook rebaixando os jogadores, logo após o jogo em Madrid contra o Atlético, futuro vencedor da Liga Europa). Não faz um mea culpa.
Lança lama sobre as pessoas que escolheu e aceitaram trabalhar com ele (vice-presidentes, presidente da Mesa da Assembleia Geral, treinador, director clínico), faz insinuações rasteiras a torto e direito, enche a entrevista com frases do habitual rancor azedo, próprio de quem está de mal com o mundo.
Vive numa espécie de realidade paralela, alimentando-se da sua delirante megalomania e de inifinitas teorias da conspiração. Imagina-se um estadista mas só tem conversa de porteira - sem desprimor para as porteiras.
São, bem ao seu estilo, declarações de um queixinhas.
Faz a todo o tempo juízos de (mau) carácter sobre ex-colaboradores directos e gente que integrou a sua comissão de honra e até foi convidada para o seu badalado casamento no Mosteiro dos Jerónimos, coincidente com o Dia do Clube.
Garante que só ele soube exercer o poder no Sporting mas, relativamente a tudo quanto ocorreu de mal, aponta a responsabilidade sempre para terceiros. Deixando-nos definitivamente esclarecidos quanto a falhas de carácter.»