Faz hoje um ano
Chegava ao fim, na prática, a era Bruno de Carvalho. Facto simbolizado na saída do treinador sérvio Sinisa Mihajlovic, recém-contratado pelo presidente destituído após as recusas dos técnicos Sá Pinto, Scolari, Mano Menezes, Paulo Sousa e Miguel Cardoso.
Era uma decisão da nova SAD leonina, liderada por Sousa Cintra, e noticiada a 27 de Junho de 2018.
«Há 30 anos Sousa Cintra ascendeu a presidente do Sporting, assim se concluindo a difícil transição após a partida de João Rocha, um grande presidente, porventura o maior que o clube teve. Tal como Rocha, Cintra é um self made man, coisa que ofende alguns que julgam que um "senhor" é o que lhes lembra o que leram (quando liam) nos livros da Condessa de Ségur, e que se pelam por brasões e consoantes excêntricas nos nomes (se forem consoantes duplas então é-lhes orgástico)», lembrou aqui o JPT.
Pela minha parte, e a propósito da extemporânea vinda do sérvio, declarei aqui o que pensava dessa derradeira decisão de Bruno de Carvalho:
«Não aprendeu nada com a fracassada contratação de Jorge Jesus. E Jesus, ao menos, tinha três campeonatos no currículo quando chegou a Alvalade. Ao contrário de Mihajlovic, que aos 49 anos nunca conseguiu melhor do que um sétimo lugar. Nada inspirador, como carta de recomendação.»
Enquanto o Duarte Fonseca aproveitava para apontar quem seria o seu escolhido como treinador: José Couceiro.
Falava-se em Augusto Inácio, o que não viria a confirmar-se.
No mesmo dia, o presidente da Comissão de Gestão do Sporting, Artur Torres Pereira, declarava em entrevista que a SAD leonina estava em falência técnica.
A propósito, o Ricardo Roque lançava aqui esta advertência:
«Depois da tempestade mediática que se abateu sobre o Sporting, só faltava que a Comissão de Gestão substituísse o frenesim de Bruno de Carvalho pelos soundbites de Torres Pereira. Entrevistas, declarações sobre o estado do clube ou da SAD são extemporâneas. E espírito subliminar de vingança, nem enquanto desejo deve existir. Avancem para a auditoria forense e tomem as decisões mais prementes. E apoiem o clube nas modalidades em que ainda está a competir. E combatam as escandaleiras, como a da arbitragem do último jogo de futsal. Aí sim, denunciar publicamente.»
E o Duarte Fonseca criticava:
«Ao segundo dia já tivemos o presidente dessa comissão a dar entrevistas e a dizer um chorrilho de disparates... o que, sinceramente, não augura nada de bom.»
Nesse mesmo dia, o presidente da Assembleia Geral do Sporting, Jaime Soares, desconvocava a reunião magna que serviria para aprovação do orçamento e plano de actividades do clube, entendendo que essa decisão deveria ser tomada apenas pelo elenco directivo que resultasse das eleições de 8 de Setembro.
O Edmundo Gonçalves protestou:
«Então, mas agora não vai haver orçamento do Clube e passa-se por cima dos estatutos? Que raio, que isto está a começar lindo, está.»
O António de Almeida exprimiu tese diferente:
«Alguém no seu perfeito juízo pode considerar que, neste curto espaço de tempo, seria possível apresentar um orçamento credível, com previsão de receitas e despesas, acompanhado do plano de actividades, sem esquecer que é necessário um parecer da Comissão Fiscalizadora que substitui interinamente o Conselho Fiscal?»
O José da Xã procurava fazer a síntese:
«Acabou-se o tempo das bravatas, de troca de galhardetes verbais, de ofensas. É tempo de paz, de serenidade, de tocar a reunir, de remarmos todos ao mesmo tempo. De enfunar as velas desta nau tão perdida e achar um rumo. Gostássemos ou não de BdC, gostemos ou não desta Comissão, o certo é que agora há uma equipa para gerir os destinos do Clube até Setembro. E que tem que ter o nosso apoio.»