Faz hoje um ano
Outro dia negro para o Sporting. Mais um.
A 11 de Junho de 2018, três jogadores anunciavam a rescisão unilateral do contrato de trabalho em Alvalade: Bruno Fernandes, Gelson Martins e William Carvalho. Seguindo o que já haviam feito Rui Patrício e Podence.
O Francisco Almeida Leite reagiu de imediato:
«O futuro próximo é sombrio. Acabámos de perder uma equipa belíssima, recheada de internacionais. A época 2018/19 está perdida, temos que agir rápido para não perdermos os próximos anos. Só com Bruno de Carvalho fora de Alvalade é possível restabelecer a ordem interna.»
E o António de Almeida também:
«Enquanto o Sporting Clube de Portugal, instituição centenária, continuar presidido por um arruaceiro aspirante a déspota ao pior estilo coronel sul-americano, desprovido de educação, que a todos insulta e ameaça, usando as claques como guarda pretoriana para intimidar, atiçando-os como cães aos alvos que decide escolher, quando as coisas não lhe correm de feição, só poderemos esperar o pior.»
O Expresso divulgava os depoimentos prestados na GNR pelos três jogadores que acabavam de rescindir: «Socos no peito, agressões com cinto, receio pela vida e chapadas.»
Impressionantes relatos em primeira mão do assalto a Alcochete.
Entretanto, Bruno de Carvalho e os restantes membros que ainda o acolitavam no Conselho Directivo - Carlos Vieira, Rui Caeiro, Alexandre Godinho, José Quintela, Luís Gestas e Luís Roque - permaneciam entrincheirados no edifício-sede da SAD. Enquanto o seu poder real se desmoronava de dia para dia, o ainda presidente dava mais uma conferência de imprensa. Em que proferia estas palavras, bem reveladoras do seu desarranjo emocional:
«Basta os atletas escreverem uma carta à Sporting SAD dizendo duas coisas: uma, se esta direcção se demitir voltam atrás com rescisões e jogam no Sporting (jogam mesmo, não é voltar para serem vendidos); e, segunda, que se voltarmos a candidatar-nos e ganharmos eles mantêm os contratos. Se acontecerem essas cartas dos seis, todos, demitimo-nos.»
Por cá, como é óbvio, não ficámos indiferentes a isto.
Escreveu o João Caetano Dias:
«Por favor. Por favor. Vocês amam o Sporting?»
Escreveu o Pedro Azevedo:
«A história se encarregará de julgar a acção da totalidade dos nossos órgãos sociais. Não se trata de ter razão, trata-se de salvar o Sporting. Ao Conselho Directivo, uma nota: simplesmente, demitam-se. Pelo menos dois dos seus elementos. Já chega!!!»
Escreveu o Pedro Bello Moraes:
«Demite-te, Bruno. Não faças mais mal ao Sporting. Vai-te embora, porra. Demite-te, Bruno. Não faças mais mal ao Sporting. Vai-te embora, porra.»
Apesar da tristeza que todos sentíamos, não se perdia por completo o sentido de humor, como evidenciava este postal do Luciano Amaral:
«Pronto, agora que nos livrámos das maçãs podres, o campeonato do ano que vem está garantido. Veja-se o dream team:
Treinador: Bruno de Carvalho
Guarda-redes: Bruno de Carvalho
Defesa: Carlos Vieira, Rui Caeiro, Alexandre Godinho e Bruno de Carvalho
Meio campo: José Quintela, Luís Gestas, Luís Roque e Bruno de Carvalho
Ataque: Bruno de Carvalho e o jogador revelação do campeonato da Cochinchina: Bruno de Carvalho.»
Já ninguém conseguia levar a sério o "afundador do Sporting".