Faz hoje um ano
Vão certamente perdoar-me a autocitação, mas apetece-me reproduzir um texto que aqui publiquei em 31 de Maio de 2013, quando como agora se vivia já no período do defeso, entre duas temporadas do futebol:
«A diferença que um acentozinho faz. Imaginem só esta manchete sem acento na segunda palavra: não tinha o mesmo carácter épico, pois não? Foi comovedor ver o Record - que se orgulha de ter sido o primeiro jornal português a abraçar o "desacordo" ortográfico - romper com uma das mais absurdas regras do convénio assinado em 1990 por Santana Lopes em nome do Governo português, repondo o acento na terceira pessoa do presente do indicativo do verbo parar, desfazendo assim a homografia com a preposição para que tinha sido imposta pelas luminárias do acordortografiquês.
Tudo certo, portanto. Em termos ortográficos. O mesmo não se pode dizer em termos jornalísticos: no mínimo, esta manchete da edição de 5 de Abril peca por ter sido excessivamente apressadinha. Afinal houve quem parasse o Benfica. Eu contei pelo menos três equipas: Chelsea, FC Porto e V. Guimarães.
E afinal bastaria um ponto de interrogação para o erro não ser tão flagrante. Às vezes, no futebol como no jornalismo, convém jogar pelo seguro...»