Expectativas para 2017/2018 (com a info de maio)
Especulemos um pouco sobre o futuro, à data em que a equipa de futebol sénior, masculina, do Sporting Clube de Portugal termina mais uma época.
A perspetiva de que Adrien Silva (28 anos) venha a sair do clube para ter currículo internacional na última parte da sua carreira, parece ser um cenário muito provável.
Se sai em pacote com William (25 anos) ou se William sai ou fica, já parece ser algo mais difícil de antecipar (sempre no campo das probabilidades).
Noto que vamos ter ainda uma montra entre 17 de junho e 2 de julho, a taça das confederações, que poderá ajudar a recordar, a nível global, a valia destes jogadores. Nesse sentido, tudo é possível, até mesmo a saída de ambos.
Depois há Gelson (22 anos). Posso estar enganado, mas creio que o assédio à mais jovem pérola titular indiscutível será real e de peso. Também acredito que não seria a melhor decisão de carreira do moço mas veremos
Juntando a isto as declarações recentes daquele que será o treinador do Sporting no início da próxima época sobre a necessidade de grandes mudanças que estão a ser discutidas e as bocas do presidente aos que ao verem o Sporting a passar vergonhas com “segundas e terceiras escolhas” se põe a recordar a valia subaproveitada da cantera, parece-me praticamente inevitável que venhamos a ter uma autêntica revolução no plantel, em todos os seus setores.
Novos laterais esquerdos, novos centrais, novos centrocampistas, novos extremos, novos avançados, tudo a ser suprido por uma mistura entre uma nova camioneta de jogadores contratados e prata da casa que ascende a sénior ou que está já na folha salarial mas em empréstimos.
Talvez no Benfica também haja uma mini-revolução na defesa e alguma coisa no meio campo, mas deverá ser menos drástica. O Porto também mexerá em algo mas creio que também revelará menos caras novas. É pelo menos o que parece (a esta data propícia a muitas mudanças nas próximas semanas).
Olhando friamente para as estatísticas que ainda há poucos dias eram referidas na TSF (aplicáveis em Portugal e em quase todos os campeonatos), a estabilidade no plantel é uma realidade que costuma coincidir com títulos. Não é condição suficiente para ganhar, mas é, salvo raras exceções, uma condição necessária.
Dito isto, e a confirmar-se este cenário de grande mudança em todos os setores com maior impacto no nosso plantel do que em qualquer outro dos três grandes, o Sporting partirá como candidato ao título pela quota das “raras exceções”.
Acho que não temos nada a perder em reconhecer isso, sem que tal sirva de desculpa ou atenuante ao nível de exigência que devemos colocar à equipa e aos técnicos. Se estamos nesta posição muito se deverá ao que não conseguimos construir na época que agora termina.
No fim de contas, as saídas que se avizinham até serão normais estando a discussão muito mais na capacidade de minimizar esse impacto numa única época (e assim evitar grandes ruturas numa só temporada) do que garantir que não ocorram de todo ao longo das respetivas carreiras dos nossos melhores jogadores.
Vejamos o que nos revelará o defeso e a pré-época na nossa casa e na dos outros mas, a esta data, diria que partimos como aquele que terá uma montanha maior para escalar para chegar ao título. E com um treinador que, a mim, pessoalmente, me tem parecido gerir o plantel com bitolas de exigências distintas quando se tratam de jogadores da casa, ou jogadores cuja contratação de raiz avalisou (já era assim no Benfica), sou levado a refrear ainda um pouco mais a expectativa com que me disponho a encarar a próxima época.
Estamos numa posição que, teoricamente, é a oposta àquela que tínhamos há exatamente um ano, quando terminámos o campeonato a jogar claramente o melhor futebol, com o plantel mais equilibrado. Mas convém não esquecer que entre o final de maio e o início do campeonato, muito mudou no ano que passou e esse capital de vantagem não veio a confirmar-se, de todo, na época que agora termina.