Euros em vez de golos
Na terça-feira, dia em que vimos actuar pela primeira vez Gyökeres de verde e branco (e em que bastaram 19 minutos para o vermos marcar um golo), um comentador televisivo, antes do jogo, fazia alusões ao «encaixe financeiro» do sueco. Questionado por um repórter sobre a presença em campo do novo avançado, quase em cima do apito inicial, um rapaz de oito ou nove anos lamentou que tivesse custado «muitos milhões».
Ouvi o garoto e transportei-me àquela idade, quando já acompanhava os desafios do Sporting - quase sempre de transístor encostado à orelha. Não faço a menor ideia, ainda hoje, quantos «milhões» custaram Dinis ou Yazalde, ídolos da minha infância. Nem isso era assunto que interessasse à massa adepta. Agora não se fala de outra coisa. Até os miúdos parecem dar mais importância aos euros do que aos golos.
A obsessão pelo dinheiro está a matar a paixão pelo desporto.