Eu quero ser campeão mais do que tu
Há falta de desequilíbrios significativos nos planteis - veremos, veremos - o que se tem visto a separar o FC Porto do Sporting são diferenças milimétricas que, justificam a atual diferença de pontuação no campeonato. Ambas as equipas partilham o raro facto de dependerem estritamente de si para serem campeãs nacionais de futebol masculino ao mesmo tempo que se mantém em todas as frentes possíveis.
O FC Porto tem feito esquecer as fraquezas quantitativas do seu plantel por via de uma vontade de querer ganhar que há muito não se lhe via ou reconhecia. O Sporting, ligeiramente menos histriónico nas demonstrações de querer, tem conseguido potenciar o maior conforto quantitativo e razoável equilíbrio qualitativo entre primeiras e segundas linhas do seu plantel para se manter em todas as competições neste início de 2018.
Ambas as equipas estão bem encaminhadas para ganhar o campeonto ainda que com estratégias diferentes. A do Sporting Clube de Portugal parece-me mais sustentável mas nem assim oferece garantias absolutas de sair vencedora. Afinal de contas, isto é futebol, mesmo sendo um campeonato.
O que fazer para melhorar as probabilidades de sucesso no final das contas?
No essencial (o detalhe vê-se mais abaixo), devemos manter o caminho sem grandes agitações e estar especialmente atentos - como até aqui - à necessidade de manter o foco: no Sporting os jogadores têm que querer ganhar mais o campeonato do que os jogadores do FC Porto.
No Porto tudo é usado para galvanizar as hostes, desde as más arbitragens desfavoráveis, aos vaticínios de patinho feio que ia rebentar a meio da época que tantos fizeram no início do ano futebolístico. E depois há a campanha de denúncia do maior escândalo no futebol nacional desde o último protagonizado pelo próprio FP Porto há alguns anos. Um desígnio em que o Sporting também vai participando de forma razoavelmente competente.
Por cá temos conseguido manter maior serenidade - apenas ligeiramente ensombrada pela pálida imagem que demos na Luz - e temos conseguido ter sucesso onde antes falhávamos mais do que os nossos rivais, muito à conta de um plantel de melhor qualidade do que no passado e de um treinador que tem estado mais certeiro nas suas opções e leituras do que no passado.
Janeiro e o plantel
Entretanto, talvez janeiro traga algum reforço efetivo ao plantel numa área onde, de facto, não melhorámos tanto quanto desejável face ao ano anterior: o meio campo. O simpático filho de Bebeto não calou os críticos como sucedeu com Mathieu ou Piccini e tem servido com irrepreensível esforço para descansar outros artistas nas taças da cerveja e quejandas. Bataglia é um jogador valioso em muitos jogos do nosso campeonato mas a quem falta o extra para nos garantir uma desenvoltura de destreza da transição que tantas vezes nos beneficiaria se aquele passe adicional se pudesse evitar e se fosse ele a protagonizá-lo. Em suma, veremos daqui a algumas semanas se Wendel é jogador para 2017/2018 ou apenas para 2018/2019, mas não contemos com isso como decisivo. Que seja um bónus, se possível.
Para a linha da frente, falta-nos uma maior eficácia e arrogância dos nossos goleadores, além de Bas Dost. Doumbia cumpriu exemplarmente na champions e na generalidade dos jogos em que tem participado, mas como disse JJ, não encaixa com Dost e é como se não existisse no campeonato. É talvez da zonas mais decisivas e na qual estamos atrás claramente atrás do FC Porto. É por aqui que justifico que não me choca a atual pontuação no campeonato. Como resolver isto?
No ano passado por esta altura fomos resgatar Podence para o plantel e ajudou de facto mas a história era outra. O da época do Sporting e a do jogador. Este ano, dificilmente teremos retornos a meio da época da prata da casa com entrada direta como titular.
O que falta do campeonato
O momento das três equipas que estão no topo de compeonato faz-me acreditar que se vão perder mais pontos na segunda volta do que na primeira, o que, teoricamente, favorece quem está a correr atrás do prejuízo e só tem o campeonato por objetivo.
Muito sinceramente, neste preciso momento em que escrevo, a classificação do campeonato parece-me justa. E sendo necessário introduzir algumas melhorias para conseguirmos ser campeões (admitindo que os adversários não fraquejam) com igual franqueza acredito que, apesar do que ainda nos falta, temos pela frente a melhor oportunidade de sermos campeões em muitos, muitos anos, ou seja, desde que fomos campeões pela última vez, provavelmente no longínquo ano de 2015/2016.
Força Sporting!
ADENDA: Entretanto, um dos melhores a jogar à bola no nosso campeonato passou a ser jogador do Sporting e este sim, pode perfeitamente disputar desde já a titularidade: Ruben Ribeiro.
