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Ética - O Vídeo Árbitro e a realização televisiva

O tema não é novo, mas assume contornos mais relevantes a partir do momento em que existe o VAR: os responsáveis pelas organizações dos campeonatos permitem que um dos intervenientes nas competições nacionais (Benfica) transmita e realize (através da Btv) os jogos dessa referida equipa em casa.

Não me parece uma Boa Prática e não vejo exemplo semelhante na Premier League, na Ligue 1, na Bundesliga, na Série A ou na La Liga. 

Não ponho em causa a seriedade de quem realiza as transmissões, apenas acho que deveriam ser operadores independentes dos clubes a transmitir os jogos. À mulher de César...

Vem este arrozoado a propósito da transmissão da Btv, de ontem, do Benfica-Braga: houve dois golos anulados à equipa bracarense. No primeiro - indiscutível fora de jogo - a realização mostra um "frame" em que a bola já saiu ligeiramente do pé do jogador Jefferson (que efectuou o cruzamento) e se vê Hassan adiantado. Acredito que o avançado bracarense estaria, de todo o modo, deslocado, mas o "frame" não foi perfeito e deveria ter sido. No segundo lance de anulação de golo, é mostrada uma primeira imagem onde não aparece um jogador do Benfica no lado direito que, acredito, estaria a pôr em jogo o jogador do Braga que marca o golo. Só mais tarde aparece um plano mais aberto onde se vê o jogador benfiquista, no lado direito do ecrã, a pôr, eventualmente, em jogo o dianteiro bracarense. E digo "eventualmente" porque a realização não coloca a célebre linha de fora-de-jogo para dissipar dúvidas.

Importa ainda referir que, quando mostrado o plano completo do 2º lance, nem uma palavra se ouviu por parte do(s) comentador(es) de serviço da Btv. 

Ao ser permitido que um operador ligado a um clube transmita os jogos (o pecado original, na minha perspectiva), obviamente o escrutínio aumenta. Por isso, a realização deveria ter maior atenção a estes pequenos/grandes aspectos, na salvaguarda da integridade das competições. Por outro lado, também seria interessante perceber que imagens e que meios tem o Vídeo-árbitro disponíveis para além do que é apresentado na TV. Seria benéfico este trazer a público quais as razões que levaram à anulação do tal segundo lance, inclusivé mostrando o "frame" que a BenficaTV não apresentou, com o jogador benfiquista à direita e a linha de fora-de-jogo. A bem da transparência e da Verdade Desportiva.

 Atenção, com esta reflexão não quero pôr em causa o mérito da vitória do Benfica. Ganhou (e ganhou bem) e com uma intensidade que nós (ainda) não temos.

 

3 comentários

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    Pedro Azevedo 11.08.2017

    Agradeço o seu esclarecido contributo, mas devo alertá-lo de que no rugby ou no ténis, enquanto o arbitro decide, os espectadores estão a ver as imagens no ecran , o que, deve convir, adiciona transparência ao processo. E não me venham falar de problemas de segurança pois hoje, via telemovel ou através de ecrans de TV espalhadas por bancadas, os espectadores sabem se uma decisão foi correcta ou não
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    Lenhas 11.08.2017

    O Rugby e o tenis são comparações infelizes. Esses desportos vivem de factos (bola dentro ou fora, contacto nesta ou naquela parte do corpo, contacto da mão com a bola ou não).

    Os únicos eventos do futebol compráveis e passíveis de serem corrigidos com o VAR são o fora de jogo e a troca de identidades (e a bola ter entrado ou não na baliza). Apenas esses são indiscutíveis. Tudo o resto parte de interpretações (intenção, intensidade) e isso nunca será passível de ser corrigido pelo VAR uma vez que eu e o meu amigo ao meu lado, que é de clube diferente, vemos coisas diferentes.

    A visualização, em estádio, dos foras de jogo (como este do Benfica), parece-me aceitável. Nunca poderão ser vistas no estádio outras situações, como as outras de dúvida.

    Quanto a ser visível em casa, ou posteriormente, numa base de dados, não sei se estará previsto nos contratos televisivos ou se a Liga poderá exigir tal coisa. A existir, terá sempre de ser algo restrito e por isso de limitada utilidade.

    Não creio que o tão-pedido VAR vá ajudar muito mais do que em situação limite como a do golo de Marcano na primeira jornada.
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