Ética - APAF
Esperar que o presidente da APAF, senhor Luciano Gonçalves, protagonize importantes reformas na arbitragem portuguesa é um pensamento extremamente ingénuo. Em primeiro lugar, porque o senhor é eleito pelos próprios arbitros, depende destes para a sua eleição e estes não parecem capazes de se despir de "modus-operandi" antigos e de um corporativismo vetusto (embora acredite que os mais categorizados não se revejam nesta situação), surgindo agora, alegadamente, a figura do empresário de arbitros, a meter cunhas. Assim, em vez de garantirem a sua independência, os arbitros criam as suas próprias dependências, num processo pouco claro e que levanta suspeição sobre a meritocracia das classificações (vidé declarações de Marco Ferreira). Em segundo lugar, porque o senhor já demonstrou não fazer bom juízo das situações e de não ter o mais elementar bom senso, quando julgou ser possível despir-se do seu cargo para, em nome de uma associação sem fins lucrativos, pedir "bilhetes baratos" a um clube de futebol. A alegada troca de correspondência interna nesse clube demonstra o pecado original da coisa, tipo "testemunha em processo do nosso interesse". Alguém imagina o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pedir uma benesse para a Associação de Banhistas da Praia da Conceição, a título individual, dissociando-se do seu cargo de mais alto magistrado da nação?