Erros meus, má fortuna
Tenho de admitir que me enganei neste post. Julguei que a consequência dos dois toques seria a repetição do livre. Vários comentadores fizeram-me notar que não era verdade, e o mesmo li eu hoje no jornal. Assim sendo, é evidente que o erro do árbitro tem uma gravidade maior: em vez de a bola continuar na posse do Sporting, teria de ser devolvida ao Setúbal. Tenho uma justificação para este meu erro: pareceu-me (mas não quero assegurar, depois deste lapso...) que o Domingos disse exactamente isso na conferência de imprensa, qualquer coisa como "se o livre fosse repetido, a defesa reorganizava-se e não era golo". A ser verdade, tenho alguma desculpa, já que a minha ignorância das regras do futebol é igual à de um tipo que anda lá desde criança há várias décadas.
Mas já não mudo nada ao resto do argumento: os dois toques do William não criam nenhuma situação iminente de golo - se ele desse só um toque, o perigo era o mesmo. O que torna a jogada perigosa é o que se segue. Já o fora-de-jogo do Luisão cria uma situação iminente de golo. A gravidade dos erros é incomparável. Nenhum árbitro mal-intencionado pensaria: "deixa lá este tipo dar dois toques de bola a quarenta metros da baliza a ver se é golo"; mas poderia perfeitamente pensar: "deixa lá passar este fora-de-jogo que é capaz de dar golo". Acresce que o Edmundo (nos comentários ao meu post) insiste que não há dois toques do William, mas sim um do João Mário, que seria quem teria realmente marcado o livre. Talvez. Não voltei a ver o lance.
Não vi o jogo do Porto, mas pelos relatos parece que foi um palmanço do tamanho da Torre dos Clérigos mais a estátua da Rotunda da Boavista juntas. E diz quem viu que o jogo Guimarães-Moreirense também foi bonito...
Deve ser isto a regeneração do futebol nacional.