É suficiente?
Do facebook de Bruno de Carvalho, medidas para a arbitragem:
1. Iniciar já a divulgação pública dos relatórios dos árbitros (sem notas pois a UEFA não permite);
2. Iniciar já o vídeo árbitro;
3. Acabar, pura e simplesmente, com os observadores, pois todos os jogos já são gravados, ou despedir todos os existentes e trazer novos sem vícios;
4. Nomear os melhores árbitros para os melhores jogos. Os árbitros com menos experiência têm de a ganhar em jogos de menor dimensão;
5. Contacto regular com os clubes de forma global e individual;
6. Acabar com o discurso corporativista e sim iniciar um discurso moderno, aglutinador e que seja percepetível para todos os amantes do futebol;
7. Voltar a penalizar com gravidade as situações de penaltis não assinalados ou mal assinalados, decisões erradas que viram esta época diminuído para um peso diminuto o seu impacto na avaliação;
8. Permitir a humanização do árbitro não apenas pela filosofia de “errar é humano” mas de eles poderem reconhecer o erro publicamente;
9. Ter em atenção as posições públicas (plataformas digitais e afins) de cada árbitro e as suas exibições em cada jogo como critério a ter seriamente em conta nas nomeações;
10. Serem conhecidos publicamente os critérios de nomeação e de avaliação conforme compromisso assumido;
11. Exigir a verdadeira profissionalização dos árbitros, ou pelos menos um grupo deles, incluindo os assistentes, e não o que agora acontece em que os internacionais são apenas 8 mas não têm os assistentes (e serem conhecidos os critérios de atribuição do estatuto de internacional).
A questão, na minha modesta opinião, não são as medidas avançadas, com as quais acho que todos os que querem e defendem a transparência e a verdade no futebol estarão de acordo, mas a sensação de saber a pouco.
Entendo e apoio, mas esperava-se mais, depois da vergonha de Setúbal. Contudo, o presidente do Sporting está obrigado ao dever de contenção, que parece estar finalmente a conseguir como seu registo. Louvo-o por isso, ainda que em relação ao tema em concreto, desde o início da época que tem vindo a propor medidas e a ter um discurso apaziguador, dizendo inclusive, em entrevista ao Record, que aceitaria de novo a nomeação de Jorge Sousa para o jogo da Luz, onde este árbitro nos escamoteou duas grandes penalidades claras. Nem tanto ao mar, na minha opinião, mas eu não sou presidente.
Repito-o até ao exaustão se necessário for, a taça da carica não ficará nunca bem na nossa sala de troféus. Advogo que se um dia tivermos o azar de a ganhar, antes que se fine que é o seu destino mais certo, a entreguemos na hora ao presidente da liga de futebol. Esta posição não invalida que me insurja contra roubos descarados de que somos alvo e em Setúbal o descaramento e o despudor foram tais, que me parece que a reacção deveria ter sido mais incisiva.
Estando desde o início da época, pelo menos, a ter um discurso cordato em relação à arbitragem, só assim se percebe que a reacção aos acontecimentos tenha sido esta, tão (aparentemente) branda.
A conclusão, por enquanto, é que quanto ao assunto (também da academia, no jogo da equipa B VS Braga B, já agora), a montanha pariu um rato.
E confesso, gosto muito pouco que me comam as papas na cabeça.