E os milhões, senhores?
Pois é, a FIFA tem que justificar os milhões que recebeu por esta estapafúrdia escolha de conceder a organização do Mundial a um país onde o futebol é ao nível da nossa distrital (que me perdoem os nossos atletas que jogam nas distritais se os ofendi e admito que sim) e os milhões que alguns dos seus membros receberam pela porta do cavalo que de tão escancarada até se sabe ao cêntimo quanto receberam e tem que preservar a imagem de Blatter, que lá na Suiça vai chorando lágrimas de crocodilo, enquanto se empanturra em queijo e chocolates à pála de um Emir qualquer.
Agora proibiu a Dinamarca de utilizar nos treinos, repito, nos treinos! umas camisolas com estes simples e tão normais para todos nós, dizeres: "Direitos Humanos para Todos".
Ainda a procissão vai no adro, mas este corre o risco de ser um Mundial para recordar.
Desde logo pelos cerca de quinze mil mortos banalizados (6.500 é o número "oficial" e já escandaloso) pelo governo qatari na construção dos estádios e infraestruturas de apoio e também:
Se calhar será aquele em que quem comprou os direitos televisivos não colherá os frutos que esperava;
Se calhar será aquele em que quem comprou espaço publicitário não verá o retorno do investimento;
Se calhar será o início de uma limpeza das teias de aranha na FIFA e naquela cangalhada toda que vive à conta daquilo,
Ou então não e a rapaziada cola-se à televisão e como aquilo é lá longe e não lhes toca, segue tudo como dantes.
Eu cá por mim só espero que o excelso e íntegro seleccionador/treinador português não se entusiasme e na loucura dispa a camisa e fique em camisola de alças, que vai dentro. Quer dizer, pensando bem, se isso acontecer logo no primeiro jogo...