É dia de jogo
O Sporting vai jogar, e eu vou lá estar, louco da cabeça, tanto me faz que seja o Paulinho ou o Edwards o ponta de lança, quem estiver em campo e honrar a camisola terá mesmo na pior derrota todo o meu apoio e aplauso.
O Sporting não começou bem o campeonato. Um golo muito consentido nos minutos finais transformou uma vitória merecida num inglório empate. Logo surgiram as indignações e até os insultos nas redes sociais a treinador e jogadores pelos ressabiados do costume, para quem os que ficam são um nojo e os que partem grandes craques, sempre incompetência para não vender por 10 hoje e apenas por 40 amanhã, sempre incompetência para comprar por 10 enquanto os rivais compram por 20. Palhinha passou desde Inglaterra um atestado de estupidez para quem o andou a utilizar como arma de arremesso, mas disso não querem saber. É o que infelizmente ainda temos, mas valem o que valem.
Depois existem as bancadas, aqueles que lá vão, em Alvalade e fora de casa. Jogadores a entrar em campo, Amorim ovacionado quando se dirige para o banco, bancadas a vibrar, estádio a cantar, até o Paulinho tem um cântico próprio, sempre um 12.º jogador a empurrar a equipa para a vitória.
Em Braga, onde não estive, como estarei em diversos jogos fora de casa, aconteceu isso mesmo, foi bem audível na TV.
Em Alvalade importa mesmo trabalhar para melhorar. Na melhoria da acessibilidade, nos horários dos jogos, na experiência de utilização, nos bares dentro do estádio, nas condições das roulotes e das bifanas fora dele (que falta faz uma "fan zone" em condições), no acesso nominal para impedir infiltrados, na cedência da presença dos lugares da Gamebox sempre via clube em caso de impossibilidade permitindo a venda a outros sócios e recebendo por isso, na venda de bilhetes com desconto para núcleos mais afastados, Alvalade tem de estar sempre cheio e ser o terror por bons motivos dos adversários.
Mais uma grande conferência de imprensa de Amorim, se calhar a primeira onde ele se assumiu, mais que como treinador como "manager" do Sporting, na linha dum Ferguson, assumindo a gestão dum orçamento, escolhas e decisões.
Prioridade na retenção dos melhores, prioridade na formação incluindo a contratação de meia dúzia de promessas estrangeiras no escalão 16-18, plantel muito curto fazendo apelo à polivalência, aposta no crescimento dos jogadores na estabilidade dum modelo de jogo assumido.
Concordo com tudo?
Não. Se "não temos mais um euro, está tudo esticadinho" e temos o plantel tão curto que temos, incapaz de resistir a duas ou três lesões em posições chave, é porque precisávamos de mais... euros. Com poucos ovos não se podem fazer grandes omeletas.
E para isso conviria saber que ideias existem para o futuro da SAD agora que finalmente a questão das VMOCs está resolvida, como substituir os actuais inúteis "investidores" por parceiros que tragam valor e que permitam outro desafogo financeiro e capacidade de investimento.
Voltando ao jogo, espero ver pela primeira vez a tempo inteiro a defesa titular, St.Juste-Coates-Inácio, com Porro e Matheus Reis nas alas, Ugarte e Matheus Nunes no meio-campo, Pedro Gonçalves, Edwards e... Nuno Santos ou Trincão lá na frente.
Espero ver grande concentração e segurança no passe, começar lento na construção, terminar rápido no ataque ao golo.
Para ganhar, claro. Nem me passa pela cabeça outra coisa.
SL